Por Carlos Delano Rebouças
Começa
mais um carnaval brasileiro, como tantos outros na história deste país.
Inicia-se a grande festa popular, aquela vista como a maior e tão esperada pela
grande maioria do povo. Mas não esqueça que passada a festa, tudo deve voltar à
perfeita normalidade.
Desde
o início da semana percebemos um clima diferente entre as pessoas; já foi
gerada a expectativa de se chegar o final de semana, preparar a mochila e
partir em direção à diversão. São quatro ou cinco dias, quem sabe, para que
tudo volte ao normal numa quarta-feira de cinzas.
Quem
dera funcionasse assim; que essa normalidade não fosse quebrada por alguns,
diante de inúmeros acontecimentos desagradáveis, ocorridos no período festivo.
Todos sabem que se trata de uma festa popular, mundana, onde pessoas com
pensamentos e objetivos diferentes se misturam, com bebidas e drogas a
tiracolo, combustíveis usados para uma diversão, que às vezes contraria a
ordem, e se podemos dizer que num carnaval pode existir ordem.
Em
meio às tantas brincadeiras, diversões e extravagâncias, sempre existem aquele,
aliás, aqueles que não sabem se divertir como devem. Muitas vezes começa no
deslocamento, nas estradas, misturando desde já o álcool com a direção,
contribuindo para os números de acidentes de trânsito. Assim também acontece
durante e no retorno do carnaval. Também existem brincantes que excedem nas
suas atitudes, e, intolerantes, geram conflitos que podem redundar em agressões
e até em morte. São fatos, infelizmente, comuns em festas populares,
especialmente em carnavais.
Evitar
que tudo isso aconteça – que o brasileiro se autodestrua – em vez de aproveitar
sadiamente o carnaval, e regressar a sua vida normal na quarta-feira de cinzas,
é um sonho bem mais utópico que podemos imaginar. Parece difícil estabelecer
limites para o homem quando a emoção toma conta integralmente de sua cabeça e
coração, mesmo que por alguns dias.
Podemos
brincar o carnaval; extravasar nossas emoções; tentar pelo menos esquecer por
alguns dias os nossos problemas, ou quem sabe, administrá-los temporariamente;
e com sensatez, evitar que outros surjam, até mais graves, também nesses poucos
dias, para que não retornemos como cinzas, antes mesmo da quarta-feira que
encerra o carnaval.
Bom
Carnaval!
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