Por Carlos Delano Rebouças
Pode parecer uma marchinha, da
saudosa Dalva de Oliveira, que encantou tantos carnavais na história do Brasil,
em tantos momentos áureos, onde tudo sempre foi muita alegria, mas hoje, serve
de inspiração para puxar o trem da alegria de ilusões nos trilhos
administrativos no Brasil.
Sempre no carnaval os problemas são
esquecidos por quatro dias e a alegria acaba na quarta-feira de cinzas. Volta
tudo ao normal e retornamos a conviver com as crônicas mazelas que assolam o
país ao longo de décadas, aliás, séculos. Fome, miséria, desigualdades sociais,
violência, desemprego, desprezo pela educação, dentre tantos, esquecidos em
quatro dias, em meio à alegria que toma conta de um país.
2016 será um ano diferente. Já
começou assim, nesta expectativa. Ano de Olimpíadas no Rio de Janeiro e do sonho da conquista
de muitas medalhas. A alegria do carnaval terá uma rápida trégua, nem que seja
de quarenta dias, até chegar a Páscoa, momento sublime para os cristãos, que
perde a sua essência ao virar, para muitos, outro momento de extravasar, de um
novo encontro com a diversão. Uma nova oportunidade de “cair no salão
brasileiro” e esquecer todos os problemas.
Passou a Páscoa, e os pierrôs e
colombinas não querem sair de cena. Ô alegria interminável, gente! Infelizmente não. Volta a ventar os ares esportivos de um falso sentimento nacionalista toma
conta do país. Telões, roupas e adereços em verde amarelo assumem as passarelas
de um país cheio de problemas, mas esquecidos diante da alegria.
Sabem que mais rir nesta
brincadeira? Os governantes. Dão gargalhadas de todos nós, bobos de sua corte.
Respiram aliviados, pois estamos nos alegrando num cenário de fome, miséria e
insegurança.
E o nordestino canta: “Lata d’água
na cabeça, lá vai Maria, lá vai Maria...”.
Já o povo Brasileiro:
“Sassassaricando, todo mundo leva a vida no arame”.
E os políticos, em coro: “Mamãe eu
quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar...”.
Nas tetas deste país.
Reflita.
Nenhum comentário:
Postar um comentário