sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Tanto riso, oh! quanta alegria, somos os milhões de palhaços no salão brasileiro

Por Carlos Delano Rebouças

Pode parecer uma marchinha, da saudosa Dalva de Oliveira, que encantou tantos carnavais na história do Brasil, em tantos momentos áureos, onde tudo sempre foi muita alegria, mas hoje, serve de inspiração para puxar o trem da alegria de ilusões nos trilhos administrativos no Brasil.

Sempre no carnaval os problemas são esquecidos por quatro dias e a alegria acaba na quarta-feira de cinzas. Volta tudo ao normal e retornamos a conviver com as crônicas mazelas que assolam o país ao longo de décadas, aliás, séculos. Fome, miséria, desigualdades sociais, violência, desemprego, desprezo pela educação, dentre tantos, esquecidos em quatro dias, em meio à alegria que toma conta de um país.

2016 será um ano diferente. Já começou assim, nesta expectativa. Ano de Olimpíadas no Rio de Janeiro e do sonho da conquista de muitas medalhas. A alegria do carnaval terá uma rápida trégua, nem que seja de quarenta dias, até chegar a Páscoa, momento sublime para os cristãos, que perde a sua essência ao virar, para muitos, outro momento de extravasar, de um novo encontro com a diversão. Uma nova oportunidade de “cair no salão brasileiro” e esquecer todos os problemas.

Passou a Páscoa, e os pierrôs e colombinas não querem sair de cena. Ô alegria interminável, gente! Infelizmente não. Volta a ventar os ares esportivos de um falso sentimento nacionalista toma conta do país. Telões, roupas e adereços em verde amarelo assumem as passarelas de um país cheio de problemas, mas esquecidos diante da alegria.

Sabem que mais rir nesta brincadeira? Os governantes. Dão gargalhadas de todos nós, bobos de sua corte. Respiram aliviados, pois estamos nos alegrando num cenário de fome, miséria e insegurança.

E o nordestino canta: “Lata d’água na cabeça, lá vai Maria, lá vai Maria...”.

Já o povo Brasileiro: “Sassassaricando, todo mundo leva a vida no arame”.

E os políticos, em coro: “Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar...”.

Nas tetas deste país.


Reflita.

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