Por
Carlos Delano Rebouças
Antes, chamavam de pistolão;
hoje, de peixe; já os mais novos, preferem dizer que teve um QI, que
traduzindo, equivale a “quem indica”. Não importa a denominação e a época de
cada um. Na prática, se resume a dois atores típicos do mercado de trabalho –
indicador e indicado a uma vaga de emprego.
Há quem acredite que se
possuir um forte padrinho em busca de suas pretensões profissionais, ou seja,
na busca de uma tão sonhada e deseja vaga de emprego no mercado é um privilégio
imensurável e para poucos. Ora, quem não quer um porta-voz que fale e peça por
você; que assine em baixo, avalizando a sua contratação, sem mesmo está em
plenas condições de empregabilidade, exigidas pela vaga; e sem medir as
possíveis consequências de seu desempenho profissional? Poucos, certamente, mas
quem assume este papel- de indicador – precisa refletir muito sobre suas
indicações.
Quem está sendo indicado,
popularmente entra por uma “peixada”, como se diz no Ceará, nem sempre aceita e
conhece a sua condição, seu perfil. Foca-se somente na concretização de uma
vontade ou mesmo, de uma necessidade de entrar ou retornar ao mercado. Muitas
vezes, sequer agradece a quem advogou em seu favor, demonstrando, obviamente, uma
ingratidão à pessoa que pôs seu nome e sua reputação em jogo, sem saber se os
resultados serão os esperados.
Porém, para quem indica,
essa atenção deve ser redobrada, para compensar os riscos não assumidos pelo
indicado. Cabe-lhe avaliar muito bem o perfil do seu candidato, independente de
quem seja ou esteja ligado, muitas vezes por laços afetivos e familiares. É a
tomada de uma atitude para não desagradar um lado, o de quem solicita, e que
pode acabar prejudicando o lado de quem atende, em atenção a sua pessoa, que
teve tanta atenção ao seu pedido, assumindo todos os riscos.
E os riscos, nestas
condições não podem existir. Por todos os envolvidos deve haver muita cautela,
ou seja, quem indica precisa conhecer bem quem está indicando. Já o indicado
precisa ser muito sensato e honesto, tanto com quem empresta o seu nome em seu
favor, quanto com que está atendendo ao seu pedido. É questão de
responsabilidade.
Entenda que fazer uma
indicação de um candidato, significa muito mais do que um ato de generosidade e
de amizade, uma atitude honesta, de reconhecer que quem atende seu pedido
espera contratar um profissional à altura da vaga pretendida.
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