Por Carlos Delano Rebouças
Segundo
sabemos, ou seria para ser, um partido político é um grupo organizado,
legalmente formado, com um voluntariado firmado em bases de coparticipação, sob
uma orientação para influenciar ou ocupar um poder na política. Porém, com o
maior partido político do país, em números de filiados e representantes nas
mais diferentes esferas, não é bem assim.
Ao
contrário dos Estados Unidos da América, onde só existem dois partidos,
Republicanos e Democratas, que dividem a opinião pública, pelas suas
diretrizes, aqui no Brasil temos cerca de 30 partidos, isso mesmo, e um deles,
o maior, parece que tem dois partidos numa única sigla.
Tendo
o vice-presidente da república, Michel Temer, como o nome mais forte na esfera
executiva, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro, ou simplesmente,
PMDB, parece que está dividido, com bem mais ênfase, e de forma desigual, na
esfera legislativa de todo o país, principalmente, na federal, tanto na Câmara
dos Deputados, como no Senado. Interesses difusos, que deixam não somente
cientistas políticos, mas muito mais, os leigos, a grande massa votante,
confusos, em não entender essa laranja dividida em duas bandas.
Mas
como entender um partido dividido? Como entender que um partido pode ser ao
mesmo tempo situação e oposição? Como aceitar que isso pode acontecer num país
que se diz democrático com parte integrante de uma sigla partidária?
Quando
o ex-governador Cid Gomes, cearense, então ministro da educação, pronunciou-se
em plenário, pedindo para a ala revoltada do PMDB, oposicionista do governo
federa, sair de cima do muro e decidir se continua ou não com a postura
escolhida, ficando ou não no partido que apoia o governo, foi mal interpretado
e até, hostilizado, dando também, respostas à altura. Parece que foi uma das
poucas atitudes que fez o povo cearense, sensato, orgulhar-se de um governador
que não deixou muitas saudades.
Quem
acompanha a política nacional, há tempos, percebe que nossos representantes,
eleitos pelo voto do povo, dão ostras de suas insanidades e falta de bom senso.
Não ponderam nas suas decisões, agindo como se o povo brasileiro fosse uma
cambada de ignorantes, que não entendem nada, que somente os vejam como
parasitas, cuja preocupação é somente se perpetuar no poder, até a morte. Contudo,
nem todos os brasileiros são assim.
No
Brasil existem pessoas que sabem dos seus direitos, deveres, e conhecem de
política. Poucos, mas existem. São cidadãos que já estão no limite de suas
paciências; cansadas de serem enganadas; feitas de bestas, com diz aqui no
Ceará; diante de todo o esforço feito pelos políticos em continuar a nos
enxergar como idiotas. Ou será que acreditam que engolimos tudo que fazem, na
crença que somos todos portadores de amnésia?
Novos
partidos nascem a todo instante. Isso já é a cara do Brasil. Siglas estranhas,
sobretudo, absurdos, como os discursos apresentados para justifica-las. Nascer
mais um partido por parte de uma banda que discorda da outra, de um partido já
existente, não seria novidade.
Pega
essa dica, quem tem vergonha na cara do PMDB, e deixe de palhaçada com o povo
brasileiro, com essa história de divisão interna. Os palhaços podem até sermos
nós, eleitores, enganados, mas quem dá o show no picadeiro da política, mesmo
muito bem remunerados são quem usa gravata e colarinho e tem poder de decisão,
pois, nós, infelizmente, não sabemos decidir na hora de votar, muitas vezes, por
falta de opção.
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