terça-feira, 1 de novembro de 2016

ARTE MODERNA BRASILEIRA

O MODERNISMO foi um movimento artístico do século XX, voltado aos sentimentos do homem, do pintor, do artista. Além da luz e da cor, nesse movimento era importante a leitura do sentimento, a leitura da emoção.
Semana de Arte Moderna, também conhecida como Semana de 22 ocorreu em São Paulo no ano de 1922, de 11 a 18 de fevereiro, no Teatro Municipal e foi o 1º meio de expressão de um movimento artístico.
            O evento marcou época ao apresentar novas idéias e conceitos artísticos, como a poesia através da declamação, que antes era só escrita; a música por meio de concertos, que antes só havia cantores sem acompanhamento de orquestras sinfônicas; e a arte plástica exibida em telas, esculturas e maquetes de arquitetura, com desenhos arrojados e modernos.            
            Tinha por objetivo dar ao público de São Paulo “a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual”. (...) renovar o estagnado ambiente artístico e cultural de São Paulo e do país e descobrir o Brasil, repensando-o de modo a desvinculá-lo, esteticamente da amarras que ainda o prendiam à Europa.

O que pretendiam os Modernistas?

Renovação da linguagem, busca de experimentação, liberdade criadora, rompimento com o passado, uso do adjetivo “novo”, busca pela identidade nacional

Alguns Nomes

MÚSICA: Heitor Villa-Lobos.

LITERATURA: Oswald de Andrade com Memórias Sentimentais de João Miramar; Raul Bopp com Cobra Norato; e Mário de Andrade, com Paulicéia Desvairada. Paulo Prado e Graça Aranha foram os padrinhos da Semana.

ARTES PLÁSTICAS:

ANITA MALFATTI (1899 - 1964): Anita Malfatti foi pioneira da arte moderna brasileira. Estudou na Alemanha e nos Estados Unidos com artistas de tendências expressionistas. Sua pintura, com cores que fugiam as regras acadêmicas, chocou a crítica mas se impôs junto aos modernistas. Na Semana de Arte Moderna de 22, expôs 20 obras. Este tema com frutas que nos moldes acadêmicos seria de natureza-morta com frutos tropicais ganhou dinamismo e cunho social com a presença da mulher.
VICTOR BRECHERET (1894 – 1955):    Iniciou sua formação no Liceu de Artes e Ofícios, em São Paulo. Completou os estudos em Roma e Paris, retornando em 1919 e integrando o grupo dos artistas modernistas.
EMILIANO DI CAVALCANTI (1897 - 1976): Di Cavalcanti começou a pintar em 1917 e em 1922 foi um dos organizadores da Semana de Arte Moderna de São Paulo. Logo depois passou dois anos em Paris, onde teve contato com artistas como Léger e Picasso. Ao regressar ao Rio de Janeiro, engajou-se no movimento modernista, sempre em busca de temas brasileiros para pintar. Emprega cores terrosas com as do período barroco: ocre, terra de siena queimada e verdes-escuros. Aliás, há quem veja em suas obras a grandiosidade do barroco, os corpos roliços cheios de sensualidade, principalmente quando retrata mulatas.
VICENTE DO REGO MONTEIRO (1899 - 1970): Nasceu em Recife, em 1899. É um artista múltiplo: pintor, desenhista, muralista, escultor e poeta. Freqüentou a Academia Julian em Paris, de 1911 a 1914, voltando ao Brasil para morar no Rio de Janeiro. Em 1920 expôs algumas obras em São Paulo, conhecendo o grupo de modernistas da cidade e abrindo caminho para a exposição de oito obras suas na Semana de Arte Moderna de 1922, enfatizando temas nacionais. Em 1932, fixaria residência no Recife, alternando períodos no Brasil e na França até 1950. Sua pintura é marcada pela sinuosidade e sensualidade. Contido nas cores e contrastes, as obras do artista nos reportam a um clima místico e metafísico. A temática religiosa é freqüente em sua pintura, chegando a pintar cenas do Novo Testamento, com figuras que, pela densidade e volume, se aproximam da escultura. A obra de Vicente do Rego Monteiro integra importantes acervos de museus brasileiros e europeus.

Outros Modernistas

LASAR SEGALL (1891 - 1957): O tema do êxodo, ou seja, do deslocamento dos povos de sua terra natal para outra, desconhecida, é constante na arte. Lasar Segall, russo, também deixou seu testemunho daquela dolorosa partida dos portos de Hamburgo na Alemanha, de onde saíram os emigrantes do norte da Europa.
TARSILA DO AMARAL (1890 – 1973): Tarsila do Amaral, paulista do interior, teve sua formação com conceituados artistas da vanguarda francesa. A modernidade dos anos 1920 ganhou força até o início dos anos 1930, quando ela participou ativamente dos movimentos Pau Brasil (1924) e Antropofagia (1929). Por ocasião da Semana de Arte Moderna, em 1922, Tarsila estava em Paris. No ano seguinte, lá pintou “A negra”, figura certamente surgida da saudade de Tarsila por sua terra e das lembranças das fazendas de cafezais do interior paulista. A inovação de A negra reside na criação de um monumento à raça negra, de uma ama-de-leite despida de suas vestes, mas carregada de simbolismos, cujo seio amamentou negros e brancos, assim contribuindo, de forma mais intima para a formação e o sustento da raça brasileira.
CANDIDO PORTINARI - Importante pintor brasileiro, cuja temática expressa o papel que os artistas da época propunham: denunciar as desigualdades da sociedade brasileira e as consequências desse desequilíbrio. Seu trabalho ficou conhecido internacionalmente através dos corpos humanos sugerindo volume e pés enormes que fazem com que as figuras pareçam relacionar-se intimamente com a terra, esta sempre pintada em tons muito vermelhos. Portinari pintou painéis para o pavilhão brasileiro da Feira Mundial de Nova York, Via Crucis - para a igreja de São Francisco, na Pampulha, Belo Horizonte (MG) e murais da sala da Fundação Hispânica na Biblioteca do Congresso, em Washington. Sua pintura retratou os retirantes nordestinos, a infância em Brodósqui, os cangaceiros e temas de conteúdo histórico como Tiradentes, atualmente no Memorial da América Latina, em São Paulo, e o painel A Guerra e a Paz, pintado em 1957 para a sede da ONU.
BRUNO GIORGI (1905- 1993) Nascido em Mococa, interior paulista, em 1905, Bruno Giorgi começa a estudar arte na Itália, em 1920. Na década de 30, é preso por sua oposição ao emergente Mussolini. Extraditado para o Brasil em 1935, o escultor volta à Europa no ano seguinte. Em 1937, matricula-se em academias de Paris e conhece um de seus mestres, Aristides Mailol. Retorna ao Brasil, 1939, e logo depois trava contato com o Grupo Santa Helena, de Volpi, Rebolo e Bonadei. Muda-se para o Rio em 1943, cidade onde viveria o resto de sua vida. O Ministério da Educação e Cultura abre espaço, em 1947, para a primeira de uma longa séria de obras de Giorgi instaladas em áreas públicas, o “Monumento à Juventude Brasileira”. Participa da Bienal de Veneza, em 1950. No ano seguinte é um dos destaques da 1ª. Bienal de São Paulo e do Salão Paulista de Arte Moderna, no qual é agraciado com o Primeiro Prêmio Governo do Estado. Volta a Veneza em 1952 e à Bienal de São Paulo em 1953, recebendo a distinção de Melhor Escultor Nacional. Em 1960, Giorgi entrega sua obra mais conhecida, “candangos”, exposta na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Outro monumento marcante do escultor na cidade é “Meteoro”, de 1967, no prédio do Itamaraty. Nos anos 70, as obras de Giorgi chegam ao espaço público das duas maiores cidades brasileiras. Em 1978, é inaugurada “Condor”, na Praça da Sé, em São Paulo. No ano seguinte é a vez de “Construção” no Parque da Catacumba, no Rio. Seu último monumento é “Integração”, de 1989, instalado no Memorial da América Latina, em São Paulo. Morre no Rio, em 1993.
VOLPI (1896-1988) – A família de Alfredo Volpi mudou-se de Lucca, na Itália, para o Brasil quando ele tinha 1 ano , em 1897. No cenário suburbano do Cambuci, o humilde imigrante pinta paredes. Aos 19 anos, começa a trabalhar com decoração de interiores e a retratar paisagens dos arredores de São Paulo. A partir de 1937, o núcleo Santa Helena dá origem à Família Artística Paulista. Os artistas, a maioria autodidatas, saídos de profissões artesanais, são preteridos pela organização do 1ª. Salão de Maio. Decidem então criar o Salão da Família Artística Paulista, que conta com a participação de convidados como Anita Malfatti. Em sua segunda edição, dois anos depois, o salão atrai nomes como Portinari e Ernesto de Fiori. Nessa altura, os santelenistas já tinham aberto as portas do Salão de Maio, onde têm presença marcante em 1939. Na década de 40, as paisagens começam a abrir espaço para  composições com temas como janelas, fachadas e bandeirolas. Em 1950, recebe o Prêmio de Viagem ao Estrangeiro no Salão Nacional de Belas Artes. Vai à Itália, onde recebe a influência dos mestres pré-renascentistas. Sua pintura torna-se mais despojada, num percursos, sem rumo à abstração geométrica pura. Em 1951, participa da 1ª. Bienal de São Paulo. No ano seguinte, está presente na Bienal de Veneza. Na segunda edição da Bienal paulistana, recebe sua maior consagração, o prêmio de Melhor Pintor Nacional. Em meados da década, deixa-se influenciar pelo concretismo – participa da Exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna do Rio, em 1956 – sem renunciar a um estilo absolutamnete pessoal e característico. “Volpi pinta volpis”, descreve Willys de Castro. Em 1957, o MAM carioca organiza sua primiera retorspectiva. O mesmo ocorre na 6ª. Bienal de São Paulo. Consagrado pela crística e pelo público, continua a morar no mesmo Cambuci da juventude . Morre em São Paulo, em 1988.




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