por Carlos Delano Rebouças
Em
um cenário de crise que assola o País, resultando em milhões de desempregados e
na queda das atividades daqueles que trabalham autonomamente ou na
informalidade, cuidar da imagem parece que se tornou o único caminho para manter-se
vivo, ao aguardo de novas oportunidades.
Antes,
quando não existiam internet e seus recursos de interação por meio das redes sócias
diversas, havia, somente, poucas possibilidades de propagação de nossa imagem
no mercado, como uma alternativa para dizer: “Eis-me aqui, como meus
conhecimentos e minhas habilidades, pronto para ser absorvido pelo mercado”. Os
caminhos eram restritos aos classificados de jornais, cartões de visita e panfletos,
bem como aos currículos e ao chamado “boca a boca”.
Hoje,
aliás, de alguns anos para cá, surgiu a internet. Com ela, diversos recursos a
cada dia são desenvolvidos para que possamos evidenciar a nossa imagem. Por
e-mail, mantemos contatos com pessoas, enviado mensagens que permitem
interpretações mediante a sua leitura, quando esta obviamente é feita. Muitas
vezes são delatados numa simples análise do assunto.
Outros
recursos cibernéticos são as redes sócias. Estes, bem mais fecundos em seus
resultados pelo alcance nas mais diferentes classes sócias, embora possam
também, quando mal utilizadas, ser um instrumento destrutivo imagético, de
poderio fulminante, capaz de não permitir uma nova e verdadeira concepção de
uma reputação na sociedade.
Saber
usar as redes sociais como um recurso para fortalecer uma imagem, ou seja, para
difundir positivamente uma reputação na sociedade, pode ser visto por muitos como
um fator primordial no atual cenário corporativo, seja na condição de ativo no
mercado de trabalho, seja na condição, principalmente, de postulante ao seu
retorno. É realizar uma atividade contínua e sistemática de evidenciar o seu
lado profissional, em paralelo ao pessoal, pois um complementa e compromete o
outro, numa divulgação sábia e inteligente de tudo que nos envolvem, por meio
de relatos, registros de momentos, opiniões e, até mesmo, pelas pessoas que
fazem parte do nosso convívio social. É, em muitos momentos, sorrir, mesmo que se
tenha vontade de chorar.
A
estratégia do sorriso nas redes sócias, sobretudo, quando acompanhado de textos
e imagens complementares ao que deseja perpetuar pode funcionar positivamente
na otimização da sua imagem no mercado. Nem todo mundo sabe da sua realidade,
e, dessa forma, tem a oportunidade de vender seu produto principal, que se
chama você, de forma alegre e descontraída, construindo ou mesmo reconstruindo
a imagem de uma pessoa feliz, contente e realizada com o que vem fazendo,
embora a realidade seja bem diferente. Isso é o que muitos fazem, é verdade,
mas não podemos definir como uma atitude desonesta que permite enganar e
enganar-se. Bem longe disso.
Há
que diga que ninguém precisa saber o que realmente passamos, quanto mais,
milhares delas por meio das redes sociais. Embora existam esforços de muitos,
que pode até parecer um marketing pessoal por vias contrárias e questionáveis,
para que seus momentos delicados sejam de conhecimento público, por acharem que
somente assim poderá surgir alguém que lhe estenda a mão. São atitudes ora pensadas,
ora desesperadoras, que alguma consequência terá, pois tudo que planta colhe,
mesmo que seja nada.
Independentemente
de nossas intenções, e, enquanto a crise que insiste em permanecer viva na
nossa economia não anuncia o seu fim, continuemos a fortalecer a também
fragilizada imagem que possuímos no momento, usando, ponderadamente, as redes
sociais como o mais importante recursos de marketing pessoal, na certeza de que
novos ares, logo, respiraremos, ensaiando o discurso de que vencemos mais uma
batalha de sobrevivência.
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