VOX RERUM
Por toda a noite, inquietas despertando
Ao reflexo da lua — beijo alado,
No alto páramo azul, de lado a lado,
Andaram as estrelas perguntando:
— Que há na terra, lá embaixo?... Um som magoado
Vem as esferas místicas entrando...
Trina que voz? que deus de enamorado
Vai da harpa curva os ecos derramando?
Ingênuos astros! digam de uma em uma
As ondas do oceano, a face calma
Diga dos lagos, diga a flor, a espuma,
Diga o rochedo, a folha, a ventania,
E as palmeiras, abrindo palma a palma,
De onde e por quem aquela voz se ouvia!
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