Por
Carlos Delano Rebouças
Uma
vez no meu ensino médio, numa aula de biologia, nosso professor que nem mais
lembro seu nome, pois já se vão mais de duas décadas, disse que em séculos
passados quando se desejava ter um filho de um determinado sexo,
preferivelmente masculino, como forma dar continuidade à família, na visão
machista da época, apertava-se um dos testículos com bastante força, a fim de
evitar que dele, saísse o espermatozoide gerador do feto.
Esta
defesa de tese, e que não venham me perguntar quem representa os sexos nos
lados dos testículos, pois nem lembro mais, caso tenha algum fundo de verdade,
sem lá, na visão deste humilde cidadão brasileiro e educador de ofício, permite
entender como uma dos primeiros indícios de vários existentes, que ajudam na
reflexão de que somos, aliás, sempre fomos manipulados na vida.
Esquecendo
um pouco do aperto no testículo, ou seja, passando já dessa fase da vida, damos
os nossos primeiros passos na formação escolar e na nossa socialização.
Passamos a fazer escolhas que nem sempre são espontâneas, como a cor predileta;
a carteira escolar a sentar-se na sala; a cadeira a se sentar à mesa de refeições;
a roupa a vestir; o corte de cabelo; o time a torcer; o esporte a praticar; a
religião a se seguir; dentre tantas outras coisas. Somos ou não somos induzidos
severamente a seguir tudo que nos é imposto?
Compreensível.
Assim podemos enxergar essa indução. Os país e educadores acreditam que aquilo
que defendem ser verdade, bom e vantajoso é o que devem ensinar e orientar para
quem não conhece da vida. Contudo, nem sempre significa uma verdade, e o bom e
vantajoso, com o tempo, com o amadurecimento, ficará a cargo de todos nós dá
sua definição.
Quando
chegamos à fase adulta – aquela de maior compreensão ou que se espera ter –
passamos a expor com mais volúpia nossa opiniões, nossa visão de mundo,
mostrando nossa personalidade. Esta, edificada sob o afã do conhecimento, da
sabedoria e da vivência. Tendo essa compreensão, sobretudo, sobre as
diversidades, castramos todas as possibilidades de manobras, de manipulações,
sepultando de vez a marionete de um passado não tão distante.
Isso
se chama libertação, não somente de pensamento, mas de escolhas, que na defesa
da tese do meu professor de biologia, do ensino médio, não tivemos. Nascemos ou
não de um aperto, este, que afugentamos de nossas vidas nos dias atuais.
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