Por Carlos Delano Rebouças
Não
é de hoje que defendemos a tese que o Brasil é um dos poucos países do mundo
que não investe pensadamente na educação, além de não demonstrar saber
aproveitar seus reduzidos valores formados. Muito pelo contrário, parece esforçar-se
mesmo é para sepultar de vez o interesse pela educação com fins profissionais,
passivos de render excelentes resultados para o país.
Primeiro
exemplo desse descaso com a formação de seu cidadão é a desatenção com a
educação pública, esta, que atende a grande massa de brasileiros, das camadas
menos privilegiadas da nossa sociedade.
Ante
esse descaso com a educação pública, o governo acaba estimulando, para uma
minoria que ainda consegue enxergar na educação a única forma de desenvolver
uma condição maior de sustentabilidade social, de maiores e melhores condições
de competitividade, a fazer investimentos na educação privada, alimentando
realizações.
Porém,
nem sempre funciona dessa forma, ou seja, não se trata de regra, e sim,
exceção, acreditar que no Brasil com a educação é certeza de sucesso
profissional. Pode ser, em muitos casos, uma triste ilusão. Quantos buscam uma
saída na informalidade, numa viagem sem volta, deixando seus diplomas vistos, à
mostra, somente nas molduras?
Hoje
parece existir um abismo imenso entre dois tipos de brasileiros, aliás, três
tipos bem definidos de profissionais. Existe aquele menos preparado, que
aparece como analfabeto, semianalfabeto, ou no máximo, com formação em nível
médio, que não mais significa muita coisa. O outro, aquele formado em nível
técnico, tecnológico ou superior, que perde competitividade a cada dia, com uma
injusta desvalorização. E por último, o pós-graduado ou com acúmulos de
formações e conhecimentos, mais amplos, porém, que não significam plena garantia
de sucesso, ante outras tantas exigências do mercado, que fazem com que não
sejam vistos com tantas prerrogativas.
Dentre
tantas exigências de mercado, que também não são suficientes para garantir
absoluta condição de empregabilidade, existe a de buscar grandes diferenciais,
como o domínio em mais de 01 idioma, ou mesmo, intercâmbios em outros mercados
mais desenvolvidos. Contudo, mesmo com um vasto conhecimento, muitos acumulam
insucessos, e acabam certificando-se que na verdade é o nosso país que ainda não
está preparado para lidar com profissionais de alto nível. Quem sabe, sequer
consegue identificá-los.
É
bem mais fácil alguém com menos qualificação ter mais facilidade de conseguir
um espaço, de remuneração bem menos expressiva, do que alguém mais preparado.
Este, também sofre os preconceitos de mercado, no Brasil. Quantos excelentes
currículos são rejeitados com o argumento de que é de nível muito elevado para
a função ou para a empresa?
Mas
não podemos desistir de sempre investir na nossa educação, na melhor formação e
capacitação profissional, independentemente de ser absorvido pelo mercado
brasileiro. Hoje, pelo menos, com o advento da Globalização, percebemos a
evolução de algumas organizações brasileiras e de seus gestores quanto ao
reconhecimento da necessidade de absorver os grandes potenciais do mercado. É
aquela velha estória: Ou aprende a identificar e valorizar o potencial
profissional de um profissional, ou perde para o concorrente “forasteiro”.
Pena
que a visão empresarial brasileira faz escola, e aos poucos, quem chega vem
mudando a sua filosofia e adotando a postura do Brasileiro, estagnada há muito
tempo. Aquela construída na total desvalorização da educação de seu povo, sem
muitos incentivos a apresentar. Quando no máximo, de estímulo em conhecer
outros mercados, para nunca mais retornar.
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