terça-feira, 18 de agosto de 2015

QUAL INCENTIVO DÁ O BRASIL PARA A EDUCAÇÃO?


Por Carlos Delano Rebouças

Não é de hoje que defendemos a tese que o Brasil é um dos poucos países do mundo que não investe pensadamente na educação, além de não demonstrar saber aproveitar seus reduzidos valores formados. Muito pelo contrário, parece esforçar-se mesmo é para sepultar de vez o interesse pela educação com fins profissionais, passivos de render excelentes resultados para o país.

Primeiro exemplo desse descaso com a formação de seu cidadão é a desatenção com a educação pública, esta, que atende a grande massa de brasileiros, das camadas menos privilegiadas da nossa sociedade.

Ante esse descaso com a educação pública, o governo acaba estimulando, para uma minoria que ainda consegue enxergar na educação a única forma de desenvolver uma condição maior de sustentabilidade social, de maiores e melhores condições de competitividade, a fazer investimentos na educação privada, alimentando realizações.

Porém, nem sempre funciona dessa forma, ou seja, não se trata de regra, e sim, exceção, acreditar que no Brasil com a educação é certeza de sucesso profissional. Pode ser, em muitos casos, uma triste ilusão. Quantos buscam uma saída na informalidade, numa viagem sem volta, deixando seus diplomas vistos, à mostra, somente nas molduras?

Hoje parece existir um abismo imenso entre dois tipos de brasileiros, aliás, três tipos bem definidos de profissionais. Existe aquele menos preparado, que aparece como analfabeto, semianalfabeto, ou no máximo, com formação em nível médio, que não mais significa muita coisa. O outro, aquele formado em nível técnico, tecnológico ou superior, que perde competitividade a cada dia, com uma injusta desvalorização. E por último, o pós-graduado ou com acúmulos de formações e conhecimentos, mais amplos, porém, que não significam plena garantia de sucesso, ante outras tantas exigências do mercado, que fazem com que não sejam vistos com tantas prerrogativas. 

Dentre tantas exigências de mercado, que também não são suficientes para garantir absoluta condição de empregabilidade, existe a de buscar grandes diferenciais, como o domínio em mais de 01 idioma, ou mesmo, intercâmbios em outros mercados mais desenvolvidos. Contudo, mesmo com um vasto conhecimento, muitos acumulam insucessos, e acabam certificando-se que na verdade é o nosso país que ainda não está preparado para lidar com profissionais de alto nível. Quem sabe, sequer consegue identificá-los.

É bem mais fácil alguém com menos qualificação ter mais facilidade de conseguir um espaço, de remuneração bem menos expressiva, do que alguém mais preparado. Este, também sofre os preconceitos de mercado, no Brasil. Quantos excelentes currículos são rejeitados com o argumento de que é de nível muito elevado para a função ou para a empresa?

Mas não podemos desistir de sempre investir na nossa educação, na melhor formação e capacitação profissional, independentemente de ser absorvido pelo mercado brasileiro. Hoje, pelo menos, com o advento da Globalização, percebemos a evolução de algumas organizações brasileiras e de seus gestores quanto ao reconhecimento da necessidade de absorver os grandes potenciais do mercado. É aquela velha estória: Ou aprende a identificar e valorizar o potencial profissional de um profissional, ou perde para o concorrente “forasteiro”.

Pena que a visão empresarial brasileira faz escola, e aos poucos, quem chega vem mudando a sua filosofia e adotando a postura do Brasileiro, estagnada há muito tempo. Aquela construída na total desvalorização da educação de seu povo, sem muitos incentivos a apresentar. Quando no máximo, de estímulo em conhecer outros mercados, para nunca mais retornar.

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