Por Carlos Delano Rebouças
Quantas vezes
nos perguntamos, com tantos porquês em buscas de respostas, para tantas coisas
que acontecem em nossas vidas?
Por que foi
comigo? Por que tinha que acontecer logo agora? O que eu fiz para merecer isso
ou tudo isso, levando em conta a medida da dose de sofrimento, que acredita
passar?
Perguntas que
nem sempre tem respostas convincentes, sobretudo, diante de toda uma
fragilidade emocional que toma conta do ser, e que até poderia ser aos olhos
dos mais sensatos. Pena que a sensatez nem sempre reside na mente dos fracos.
Toda a dor passa,
ou quem sabe, ameniza-se e administra-se com o tempo, como uma atitude sábia de
levar uma vida sem tantos sofrimentos, buscando uma convivência melhor em
família e sociedade, como aquele velho pensamento de que a página deve ser
virada.
Um livro
quando lido, na íntegra, é sinal que desde seu prefácio, chamou-lhe a atenção
ou permitiu a descoberta do interessante, dando-lhe prazer de concluí-lo e guardá-lo
em sua memória. Fica na mente e no coração marcas, a cada página virada, a cada
descoberta folheada, com se fosse cada etapa de nossa vida, curtida
prazerosamente.
Não é bem
assim que podemos tratar a vida, comparando com uma leitura, virando páginas...
Ou seria?
Quando as
experiências são vividas, precisamente as ruins, não são facilmente apagadas de
nossas memórias. Elas ficam, permanecem residentes fixas de uma lembrança que
insiste em ficar, como um invasor, que acredita que aquele lugar é seu e
ninguém o tira. Acabam servindo como um aprendizado, daqueles que puxam nossas
orelhas quando decidimos alguma coisa, quando tomamos alguma atitude, ou quem
sabe, quando agimos, somente, pois as consequências chegam, inevitavelmente.
Precisamos
entender, aceitando em absoluto, que para tudo tem consequências, boas ou
ruins, e que ambas servem para uma mudança, para uma transformação. Se hoje é
semente, amanhã será o pão, alimentando a muitos que acreditam na sua importância.
Porém, de repente, inesperadamente, e até, inevitavelmente, tudo se acaba,
passa. Encerra-se um ciclo que nem sempre tem justiça feita sobre tudo que representou,
nem mesmo, no legado deixado. Página virada sem contestações.
Preterir ou
preferir são duas escolhas. Ficamos e estamos sempre nas duas posições de
atores, ou seja, ora preferindo, ora preterindo. Considerá-las ou avaliá-las
como justas ou não, nem sempre vale a pena, sob o interesse de uma reversão de
atitudes, pois as páginas são lidas, viradas, e suas marcas deixadas, sem
nenhum desejo de releitura.
Não olhemos
como mocinho ou vilão, numa visão absolutamente maniqueísta, que não é. São
escolhas e/ou decisões que devem ou precisam ser tomadas, e que sempre tem suas
consequências.
Que viremos,
então, tantas páginas.
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