Por Carlos Delano
Rebouças
Livre
como um pássaro, eu busco a todo instante a minha liberdade. Quero sim, ser
livre para desbravar o mundo, como seu legítimo cidadão.
Assim
pensa Fausto, cidadão brasileiro que optou em viver nas ruas, dormir em praças
ou em baixo de marquises, ao relento, a continuar a levar sua vida em família,
como qualquer cidadão enxergado como normal deste mundo. Mas por quais outras
razões, além da citada inicialmente, pode levar Fausto e tantos outros a adotar
esse estilo de vida?
Um
dia ouvi de um ex-colega de trabalho, vivido, que na vida tudo pode ser
explicado, mas nem sempre justificado. No caso de Fausto, pode até apresentar
explicações, porém, justificá-las, para muita gente, será muito difícil e quem
sabe, impossível. Como pode alguém abandonar todo o conforto de sua casa para
viver nas ruas, exposto ao tempo, aos perigos, e ainda defender que foi uma
atitude pensada e correta?
Pode.
Sempre existem e existirão explicações para as nossas atitudes, independente de
que sejam aceitas. Vários são os fatores que levam a adoção de um novo estilo
de vida, e para Fausto, certamente não os faltaram. Obviamente alguém deve ter
dito que Fausto radicalizou na sua decisão, mas para ser feliz,
independentemente da forma buscada, não pensou duas vezes. Jogou tudo para o
ar, deixou tudo para trás, e começou uma nova vida.
Quantos
questionamentos surgem e surgiram diante da atitude tomada por Fausto, não é?
Deve
ter ficado louco; passou por alguma desilusão; sempre foi esquisito; que
aparecer; ou deve ter se envolvido com drogas. Estas e outras conclusões, quase
sempre infundadas, são apresentadas pela sociedade, pelas pessoas mais
próximas, e até por familiares. Conclusões que denigrem uma imagem, uma
reputação de alguém que até então, parecia inquestionável.
Mas
nós somos assim mesmo – preconceituosos, conservadores e impiedosos – e ninguém
escapa da ferina língua humana. Fausto não seria diferente. Sua atitude, apesar
de estranha, questionável e inaceitável representa ser um passo típico de quem
não hesita em busca a sua felicidade, independente do preço a se pagar. Passo
este dado por tantos “Faustos” nesse mundo, que, apesar de serem vistos como
loucos, demonstram ter valores, dentre eles, atitude.
Fausto
leva a sua nova vida, como um pássaro, livre, sorrindo e feliz, conforme
entende ser interessante. Essa foi sua escolha e devemos respeitá-la. Caso
alguém ache que não pode ser feliz vivendo nas ruas, aproxime-se de algum
“Fausto” de nossas ruas, mas faça isso de coração e mente limpa, isentas de
prejulgamentos, que certamente, construirá uma nova concepção sobre valores.
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