Carlos Delano Rebouças
Quando
o governo Temer anunciou, em primeira mão, pela voz do ex-deputado Roberto
Jefferson que a nova ministra do trabalho seria sua filha, Cristiane Brasil, o
“nobre” delator do mensalão não conteve as lágrimas de felicidades. É verdade
que me esforcei bastante, inicialmente, para entender tanta emoção, diante de
um absoluto desinteresse de todos que cercam (ou cercavam) o atual governo em
ocupar alguma pasta que seja dele.
Mas
esse esforço faz parte do passado, suas lágrimas também. O que pareceu alegria
por ter uma filha nomeada ministra de governo, uma deputada tão fervorosa em
favor do impeachment
de Dilma Roussef e de tudo que conspira em favor do atual governo, vestida literalmente
de verde-amarelo e de cara pintada, transformou-se em desilusão por ver seu
direito de assumir a pasta impedido pela justiça, por não cumprir com suas
obrigações trabalhistas como empregadora.
Muita ironia, não é?
Será que vae a máxima “faça o que digo, mas não faça o que eu faço”?
Enquanto o pai de
Cristiane, de sobrenome Brasil, recompõe-se diante de tanta emoção frente às
câmeras, feliz porque sua filha foi indicada, diga-se de passagem, por ele
próprio e seu partido, e por não ter outro concorrente ao “importante” cargo do
governo, a quase futura e com cara de ex-ministra Cristiane Brasil luta para
ter seus direitos restaurados, na justiça, a mesma que cobra dela o cumprimento
de direitos trabalhistas.
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