por
Carlos Delano Rebouças
É muito fácil de sermos
enganados pelo homem, muito, por construirmos uma imagem de alguém ante uma
percepção motivada por diversos fatores, ao ponto de perpetuá-la e defendê-la
como uma absoluta verdade. É a descoberta de que não existe essa perfeição toda
na humanidade e de que tudo é questão de percepção.
Por trás de gritos
reiterados de amizade, elogios escancarados e tapinhas nas costas, muitas vezes
se escondem os verdadeiros sentimentos, defendidos por muitos que existem por
alguém. É a apresentação de predicativos por um determinado sujeito de quem
duvidamos ser sincero, não que desacreditamos da pureza dos adjetivos
apresentados, porém, muito mais pela carência de sinceridade em quem os aplica.
Em outras palavras, podem ser tão falsos quanto uma cédula de trinta reais, e
verdadeiros como o poder do Criador.
Quando nos deparamos com
atitudes adversas àquelas que sempre foram tidas e defendidas por alguém, logo
tomamos um susto. Este é o primeiro estágio de uma reflexão, também chamado de
decepção. Até buscamos respostas, tentando entender por significar um
momentâneo problema existente, daqueles que tiram a paz e o sossego, e redundam
no comportamento humano. Contudo, pode voltar a se repetir.
E como pode. Repetindo-se,
não mais se enquadra na esfera da decepção, ou seja, já passa a serem atitudes
não que esperadas, e sim, conhecidas o suficiente para definir características
das pessoas. É a apresentação da verdade de alguém, que não tem mais como
esconder suas características. É a face única sepultando o ator que vive dentro
de cada um de nós.
E o que fazer diante de
pessoas assim? Quais atitudes que devemos tomar, quando vítimas de suas
desconsiderações? Como devemos nos postar diante da amostragem clara e evidente
da verdadeira face de determinadas pessoas do nosso convívio social e
profissional, quando estas ainda conseguem ser vistas como os tantos
predicativos existentes na sintaxe da humanidade?
Muitos respondem à altura;
outros se calam e fecham os olhos, tirando as suas conclusões; outros poucos
preferem ignorar, certos de que a humanidade é isso mesmo, ou seja, que entre
verdades e mentiras se constrói e se perpetua pelas gerações.
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