quarta-feira, 31 de maio de 2017

PARÁBOLA DO DIA

A laranja, o gato e o matuto

 

Certa manhã ensolarada de domingo, em uma cidadezinha do interior, passeava eu pela pracinha daquela localidade quando vi um matuto vendendo laranjas. Aproximei-me e vi que eram laranjas de sabor doce e me animei a comprar uma dúzia delas.
 
Enquanto o matuto colocava as laranjas dentro de um saco de papel, eu, me julgando um cara esperto, falei:

– Olha, não deixe de colocar a do gato. Meu gato lá em casa fica miando toda vez que não levo laranja para ele. Sardinha ele não gosta não, mas laranja...
 
O matuto, sem dizer uma palavra, colocou a 13ª laranja no saco e me entregou. Animado pela atitude obediente do matuto, decidi pedir mais uma dúzia. Enquanto ele preparava o saco de papel para ensacar as laranjas, entoei novamente aquela:

– Olha, nesta dúzia também não esqueça a do gato.

O matuto continuou colocando as laranjas, sem dizer uma palavra.
 
Para quebrar um pouco o gelo daquele silêncio pesado que ficou no ar, emendei:

– Sabe, companheiro, esse gato que eu tenho lá em casa tá me incomodando muito. Toda vez é isso aí: eu chego em casa e ele fica miando, miando, miando... Sabe, o bichano não está me servindo mais. Acho que vou acabar me desfazendo desse gato.
 
Foi quando o matuto, quebrando o silêncio, repentinamente, me retrucou:

– Desfaz dele não, seu moço. Esse gato tá sendo muito útil pro senhor.
 
“Nunca subestime a inteligência de um matuto.”
 
 
 Autor: Desconhecido

LINDO VÍDEO!


O CAMINHO É A EDUCAÇÃO

Quando não se enxerga a educação como a única saída para a transformação, mesmo que esteja tudo bem, numa visão positiva de que pode sempre melhorar, continuaremos a acreditar em outras saídas, mais sintéticas, simples e baratas, mas que na verdade apresenta resultados nada favoráveis para se vislumbrar um mundo melhor.

O que são ciclos?

São intervalos ou, como queiram, espaço de tempo durante o qual ocorre e se completa, com regularidade, um fenômeno ou um fato, ou uma sequência de fenômenos ou fatos. Pode ser uma série de fenômenos, fatos ou ações de caráter periódico que partem de um ponto inicial e terminam no dado momento, esperado ou não.
Em nossas vidas sempre existem ciclos, inclusive, para ela, que um dia terá um fim. Mas o que importa é que sempre deixam marcas, legados e uma lembrança.
Que se comece um novo ciclo com muita expectativa. Que Deus abençoe!

LINDA CANÇÃO!


ORIGEM DOS SOBRENOMES: ARAÚJO

Família Araújo

A família Araújo se disseminou pelo Brasil e hoje é bastante conhecida. Confira abaixo algumas informações sobre sua história de origem, curiosidades e o modelo de brasão.
O sobrenome Araújo, assim como tantos outros, não surgiu no Brasil, por uma simples razão de que o Brasil foi colonizado e habitado primeiramente por estrangeiros. Dessa forma, os sobrenomes vêm de outros países e acabam ganhando popularidade uma vez que os imigrantes fizeram do Brasil sua nova morada.

Origem da família Araújo

Este é um sobrenome bastante utilizado em Portugal e na Espanha, embora sua origem seja inicialmente espanhola. Como os países são bem próximos, ele se estendeu a Portugal com muita facilidade, primeiramente através de Pedro Pais de Araúja, alferes-mor do reino de leão e depois do reino de Portugal.
O sobrenome surgiu na Espanha através do Castelo de Araúja, localizado próximo ao rio Minho. Ele é considerado, por esse motivo, de origem geográfica, ou seja, um toponímico. Araújo é derivado de Araúja, uma árvore.
Rodrigo Anes de Araújo era senhor do Castelo de Araújo e foi o primeiro a adotar este sobrenome. Seus descendentes espalharam o sobrenome pela Espanha e foi Pedro, o seu bisneto já citado, quem levou o mesmo para Portugal.

Curiosidades

O Araújo tem o seu gênero masculino, principalmente por se referir, ao longo da história, frequentemente ao homem. Inicialmente Araúja, trocou-se a última letra por O justamente pelo mesmo motivo.

Variantes do sobrenome Araújo

As variantes que podem ser encontradas do sobrenome Araújo são bastante arcaicas, uma vez que elas foram a origem do sobrenome atualmente conhecido. Elas são: Araúja e Arujo.

Brasão da Família Araújo

O brasão da família Araújo é constituído de prata, com aspa de azul carregada com cinco besantes de ouro, também postos em aspa. Em seu timbre encontra-se meio mouro, sem braços, vestido de azul e fotado de ouro ou a mesma aspa utilizada no escudo.

PRESTE ATENÇÃO E NÃO ERRE MAIS

Muitos pensam que se pode usar APÓS e DEPOIS DE, um pelo outro, sem problema algum quanto ao sentido, por se tratarem de sinônimos.
Quanto a serem, não se questiona; contudo, quanto ao emprego adequado, não se recomenta o uso do APÓS antes de verbos no particípio. Vejamos:

- Após realizada a tarefa, todos se dirigiram para a sala de espera. ( usar "depois de").
- Depois de realizada a tarefa, todos foram para a sala de espera.
Agora, na possibilidade de não vir antes de um verbo no particípio, fica livre a escolha de ambos.
- Helena chegou após o almoço.
ou
- Helena chegou depois do almoço.

DICAS DE COMO FAZER UMA BOA INTRODUÇÃO DE UMA REDAÇÃO

Todo corretor que pega uma redação para analisar observa se ela é boa ou não logo pela introdução. Mas afinal, como fazer uma boa introdução? Vejamos:
Ela precisa ser direta, simples e objetiva. Na teoria parece difícil, mas é mais simples do que parece. Tenha em mente o seguinte:
1) Todo o texto gira em torno da introdução que você elaborou; é nessa introdução que vamos dizer do que o texto vai falar.
2) O tamanho ideal de uma introdução deve variar de 2 a 5 linhas.
3) Em cada parágrafo posterior do desenvolvimento, devem ser defendidas as frases elaboradas na introdução. Vamos explicar isso com um exemplo para ficar mais claro. Digamos que a introdução de uma redação sobre “Tigres” fosse:
Tigres são agressivos. Porém, nada impede que sejam domesticados”.
O primeiro parágrafo do desenvolvimento dessa redação teria que explicar o motivo dos tigres serem agressivos, e o segundo parágrafo explicaria como é possível domesticar um tigre. Note que a primeira frase da introdução seria explicada no primeiro parágrafo do desenvolvimento e a segunda frase seria explicada no segundo parágrafo.
Seguindo essa sugestão, garantimos nota no critério “Organicidade”. Esse critério é utilizado por todos os corretores de redações, pois mede o quão organizado é o seu texto. Se você cuidar para que cada frase da introdução seja explorada em um parágrafo, seu texto terá uma estrutura bem lógica e organizada.
Muito bem, agora que já aprendemos os 3 pontos básicos para criar uma introdução, podemos ver que é muito importante ser objetivo na introdução, sem enrolar.
É bom ser direto ao ponto, sem dar voltas e voltas. Se o tema é sobre melancia, não comece falando sobre beterraba. Precisamos ser fiéis ao tema, isso é bastante avaliado. Como já comentamos que o desenvolvimento irá ser criado a partir do que você disse na introdução, é preciso construir uma introdução bem focada no assunto do tema. É fácil de perceber se o texto vai ser fiel ou não lendo a introdução do candidato.

Exemplo de uma boa introdução

Vamos mostrar na prática então como se faz uma introdução. Digamos que o tema seja “O chocolate no mundo moderno” (mesmo tema abordado no artigo anterior).
Apenas relembrando, a introdução pode ser desenvolvida a partir da seguinte pergunta sobre o tema: “o que eu penso sobre isso?”. Então, vamos respondê-la:
Eu penso que chocolate faz bem à humanidade. Só que não dá pra exagerar, pois pode acabar sendo prejudicial.
Já que é isso o que eu penso sobre chocolate, minha introdução pode ser assim:
Chocolate faz bem à humanidade. Porém, apesar de trazer  inúmeros benefícios, o seu consumo em excesso pode causar enormes prejuízos à saúde."
E está pronto. Se você perceber, ela está bem abrangente, mesmo sendo curta. Isso é o ideal.
O próximo passo seria começar o desenvolvimento, então no 1º parágrafo a gente diria por que chocolate é bom; e no 2º parágrafo diríamos por que não podemos comer chocolate em excesso.
Repare que, por enquanto, na introdução, apenas afirmamos que chocolate faz bem. Ainda não convencemos ninguém disso. E como convencer? Essa é justamente a tarefa do desenvolvimento. Vamos falar dele depois com detalhes, apenas lembre da grande diferença que existe entre introdução e desenvolvimento.
introdução serve para apresentar o assunto que você vai abordar. O desenvolvimento serve para explicar as afirmações que você fez na introdução. Isso vai ficar ainda mais claro no próximo exemplo:

Como fazer uma introdução ruim

Considerando o tema anterior sobre chocolate, digamos que um aluno tivesse elaborado essa introdução:
Chocolate faz bem à humanidade, pois traz uma sensação de bem-estar. Porém, apesar de trazer benefícios, o seu consumo em excesso pode trazer prejuízos, como o ganho de peso e a diabetes”.
Apesar de estar bem escrita, essa introdução é péssima, pois misturou desenvolvimento com introdução (em vez de somente apresentar o assunto, essa introdução explicou e argumentou, o que é tarefa do desenvolvimento).
Para ser coerente, esse aluno agora precisaria explicar no desenvolvimento o motivo do chocolate trazer uma sensação de bem-estar, o motivo dele favorecer o ganho de peso e o motivo dele causar a diabetes. A menos que o aluno esteja muito bem informado sobre o assunto (ou melhor, seja um especialista na área), podemos considerar que ele não vai conseguir cumprir essa missão. O que aconteceria na prática é que esse assunto de diabetes, por exemplo, provavelmente nunca mais seria mencionado no texto, e isso seria um grande equívoco. Afinal, por que você apresentaria seu texto com algo que não vai falar? É como dizer: “Tomates são azuis” e depois falar sobre molho de tomate, salada de tomate, sem nunca mais tocar no assunto de tomates azuis. Alguém iria dizer: “Você não me convenceu que tomates são azuis!”.
Então a dica é simples: não dificulte a sua vida! Faça uma introdução simples, curta e objetiva, mencionando algo que você sabe abordar e desenvolver depois. Introdução não é lugar para argumentação, é para apresentação.

Causando uma boa impressão

Além de ter o poder de definir a organização do texto, a introdução pode causar uma primeira boa impressão. Se ela estiver concisa, clara e organizada, o avaliador já vai ver seu texto com outros olhos, pois vai pensar que você sabe o que está fazendo, que não apenas pegou um lápis e saiu riscando loucamente no papel.
Então concentre-se nisso e passe a olhar a introdução de um jeito diferente; entenda o motivo dela existir e e cumpra com seu papel, como ensinamos aqui. Esse tipo de detalhe faz toda a diferença na sua nota final. Segredos como esse são o que fazem um texto tirar uma excelente nota, mesmo sem ser um artigo extraordinário.
É possível pegar um texto simples, sem nada de excepcional, e fazê-lo tirar uma ótima nota, simplesmente por ser construído nos padrões certos. A maioria das pessoas não faz isso. Como vimos naquele exemplo, a introdução da grande maioria acaba explicando a si mesma, misturando desenvolvimento com introdução. Depois não aborda os assuntos que mencionou, não organiza o texto conforme a introdução foi construída.
É comum ver os candidatos se queixando que sua nota foi baixa, e não é por acaso! Lembre-se: existem muitos critérios de correção em uma redação. A boa notícia é que a maioria deles são simples de se obter, basta que você os conheça.

EXCELENTE DOCUMENTÁRIO SOBRE O POETA DOS ESCRAVOS


POEMA DE FERNANDO PESSOA

Poema em linha reta

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado
[sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe — todos eles príncipes — na vida…
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos — mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

terça-feira, 30 de maio de 2017

DICA DE PORTUGUÊS


PENSAMENTO DO DIA

"A vida não passa de uma oportunidade de encontro; só depois da morte se dá a junção; os corpos apenas têm o abraço, as almas têm o enlace."
Victor Hugo

LINDA E NOSTÁLGICA CANÇÃO!


APENAS O BANCO DE UMA PRAÇA


Autor: Carlos Delano Rebouças

Ninguém pode se atrever a dizer que é seu dono. É somente um de vários bancos daquela antiga e nostálgica praça do meu bairro, que mais parece ser único, sem mesmo precisar de outros adjetivos, embora não me prive de dizê-los, naturalmente, de tão disputado que o é.

Não é porque está bem debaixo de uma grandiosa sombra de uma mangueira, daquelas que qualquer vivente, como dizia meu avô, sem demora a torna sempre desejosa para uma sesta ou para uma boa leitura de um livro, que não vamos reconhecer seus outros mais atrativos. Antes da existência dessa sombra que a domina durante todo dia, esse banco já existia e já atraía seus apreciadores, mesmo com o sol escaldante em suas moleiras. Todos sempre o enxergaram não somente como o banco da praça, como tantos outros que lá existiam, mas como aquele que parecia ser seu, unicamente, até que tivesse de seguir seu caminho e viesse outro a ter a mesma sensação.

Lá, amigos se encontravam e punham as conversas em dia. Quando o primeiro se sentava no banco, mesmo que tivesse espaço para mais dois, ninguém se atrevia a solicitar seus espaços. Parecia o trono de um rei que o ocupou, primeiramente, naquela vez, tornando-o indivisível, a conversar com seus súditos em sua volta, em falas e risos no conto de seus causos.

Em meio às diversas conversas, dos mais diferentes grupos de amigos, de diferentes idades e em diferentes horários do dia, sempre havia momentos, embora raros, de se ver aquele banco vazio e solitário, sem ninguém a se sentar nele. Parecia que não existiam motivos e razões para querer-lhe como um descanso, como um fugaz momento, mesmo que fosse para uma reflexão. Havia momentos, sim, que o velho banco parecia que não existia.

Certa vez, um velho homem que passava pela praça viu-o vazio, sem ninguém a demonstrar interesse algum de descansar sobre ele, e vejam que a praça estava repleta de moradores do bairro, aproveitando aquela tarde de sábado, brincado e caminhando numa tranquilidade que parece cada vez mais rara de se ver nas grandes cidades. Logo se sentou, em seguida, deitou-se, e por lá ficou, adormecido por longas e longas horas. Sem muita demora, a noite chegou, e aquele velho homem ali continuava dormindo como se estivesse na mais confortável das camas, sem ninguém a importuná-lo. E assim ficou até que a praça se esvaziasse por completo, invadindo a madrugada.

Na manhã seguinte, acorda o velho homem diante do raiar de um belo dia ensolarado, despertado pelo canto dos sanhaçus que tinham aquela velha praça como uma morada. Na mesma rapidez de seu despertar, sem tempo nem mesmo para se espreguiçar, percebe a aproximação de um jovem rapaz, de pouco mais de 20 nos, que sem mesmo desejar-lhe um bom-dia, pergunta:

- Quem é o senhor? O que o trouxe aqui para a nossa praça?

Respondeu o velho homem:

- Meu jovem, bom dia! Primeiramente, como se chama?

Respondeu o garoto:

- Ulisses. Assim me chamam aqui no bairro.

Continuou Ulisses:

- Sou morador de rua e resido nesse bairro desde que fui abandonado por alguém que se dizia minha mãe, justamente nesse banco em que o senhor está desde ontem. Mas, deixando a minha vida à parte, responda-me quem é mesmo o senhor? Porque escolheu ficar nesse banco desde ontem, com a sua chegada? Todos se perguntam no bairro, sabia?.

Depois de ouvir o garoto, o velho lhe pediu permissão para contar uma breve estória antes de responder às suas perguntas, tendo de imediato o seu consentimento.

- Meu jovem Ulisses, há 19 anos ando de praça em praça dessa cidade em busca de me reencontrar com um passado que mudou a minha vida. Em uma delas, minha esposa, hoje falecida, estava sentada em um banco quando se aproximou uma pessoa, mostrando-se atenciosa e prestativa, e pediu para segurar o nosso filho. Minha esposa, cansada e faminta, aceitou a sua ajuda. Rapidamente adormeceu no banco, porém, quando acordou assustada, sem o nosso filho em seu colo, percebeu que aquela pessoa havia roubado o nosso único filho, que até hoje procuro e que hei de encontrá-lo um dia.

Continuou:

- Minha esposa foi vítima da imagem sempre perfeita do homem o qual nossa ingenuidade permitia, infelizmente, construir.

Ouvindo tudo aquilo, com os olhos marejados, o curioso garoto lhe disse:

- posso lhe contar também uma breve estória, antes que o senhor siga o seu caminho?

O velho homem respondeu que sim.

- Senhor, nesse mesmo banco que escolheu para se sentar e descansar dessa árdua busca pelo seu filho também tem serve de pano de fundo para uma importante passagem da minha vida. Nele, fui abandonado por uma pessoa que se dizia minha mãe; que dizia ter me posto no mundo e que meu pai tinha nos abandonado. Tinha apenas sete anos, mas lembro-me, perfeitamente, de uma conversa que ela teve com uma pessoa nesta mesma praça. Sem que me percebesse por perto, disse que não era seu filho; que tinha me roubado de minha mãe verdadeira mãe; e que queria somente para me usar para pedir esmolas para saciar seus vícios. Usou-me por muitos anos, até que, ficando maiorzinho e não mais despertando o sentimento de pena de motoristas nos sinais, abandonou-me nesse mesmo banco e sumiu no mundo. Depois disso, venho vivendo nesse bairro, tendo essa praça como minha casa e seus frequentadores como minha família.

Ouvindo tudo aquilo, o velho homem começava a acreditar que sua incansável luta em busca de seu filho parecia chegar ao fim. Tratava-se de muitas coincidências envolvidas entre as duas estórias que se cruzavam, que não mais deixava dúvidas que ali, à sua frente, estava o seu filho.

O velho homem, chamado Orestes, disse-lhe, aos prantos:

- Sua trajetória de vida tem muito a ver com a minha. Teria interesse de fazer um exame de DNA para sabermos se somos pai e filho?

Respondeu o garoto:

- Para mim, não há necessidade.

Sem perder tempo, abraçaram-se sob olhares e aplausos de curiosos que ouviram toda a conversa dos dois, uniram suas mãos e seguiram por um único caminho, deixando para trás, ecoando baixinho, a fala de seu Orestes:

- Vamos, meu filho, para casa! Lá é seu lugar. Nossa vida começa agora.

Depois de alguns meses, Ulisses reapareceu no bairro. Sentou-se naquele banco tão disputado da praça e, rodeado dos antigos amigos, disse-lhes:


- Orestes era mesmo o meu pai de verdade. Fizemos o exame de DNA e o resultado foi positivo. Passei a ter irmãos, uma nova mãe e um grande pai. Hoje sou feliz por ter sido encontrado e por poder contar uma nova história da minha vida. Agradeço a todos por sempre me acolherem por aqui e a Deus por permitir que esse banco se tornasse tão marcante na minha vida.

segunda-feira, 29 de maio de 2017

EXPRESSÃO DE CEARENSE

A cada dia uma expressão típica de cearense. A de hoje é...


ARENGAR
Provocar briguinhas, ou intrigas, intimar. “pai o menino está arengando comigo”.

PENSAMENTO DO DIA

"A inveja vê sempre tudo com lentes de aumento que transformam pequenas coisas em grandiosas, anões em gigantes, indícios em certezas."
Miguel de Cervantes

PRESTE ATENÇÃO E NÃO ERRE MAIS

“ao encontro” e “de encontro”


Ir ao encontro, que se une ao substantivo mediante a preposição de (Ir ao encontro de), significa, em sentido próprio ou denotado, sair em direção a ou ir encontrar-se com alguém, como em "Fomos ao encontro da comitiva que chegava". 

Em sentido figurado ou conotado, quer dizer corresponder, atender, satisfazer: "Minha proposta vai ao encontro dos seus interesses".

Ir de encontro, que se une ao substantivo mediante a preposição a (Ir de encontro a), significa, em sentido próprio ou denotado, colidir, chocar-se com, ir em direção oposta a alguma coisa: "O caminhão foi de encontro ao muro". Em sentido figurado ou conotado, quer dizer estar em desacordo, contrariar: "A mudança de nome da Petrobrás vai de encontro aos interesses do Brasil".


O verbo utilizado nos exemplos foi "ir", mas bem poderia ser "vir": "Seu pedido vem de encontro aos meus princípios". 

ORIGEM DOS SOBRENOMES: ANDRADE

Família Andrade

No Brasil existem alguns sobrenomes que são mais populares que os outros. É certo de que alguns são muito específicos, o que não ocorre com o da família Andrade. Confira abaixo algumas curiosidades e informações sobre este sobrenome.
O sobrenome Andrade, assim como tantos outros, não surgiu no Brasil, por uma simples razão de que o Brasil foi colonizado e habitado primeiramente por estrangeiros. Dessa forma, os sobrenomes vêm de outros países e acabam ganhando popularidade uma vez que os imigrantes fizeram do Brasil sua nova morada.

Origem da família Andrade

Sua origem é portuguesa, assim como grande parte dos sobrenomes populares no Brasil. Ele é classificado como toponímico, ou seja, de origem geográfica.
Em Portugal descendem de Nuno Freire de Andrade, mestre da Ordem de Cristo, que passou a Portugal no reinado de Dom Pedro de Castela.
Outra origem procede de um dos cinco cavaleiros que passaram a Espanha, na guerra dos mouros, com o conde D. Mendo. É seu solar a vila de Andrade, no reino de Galiza.

Curiosidades

Ao que parece, esta é uma família tradicional de Portugal. Eles são conhecidos por dominar áreas de Galiza. Basicamente, o significado do nome Andrade é topônimo do reino de Galiza.
A família Andrade está associada a fortificações. Desse modo, é possível encontrar castelos e torres dos Andrade em suas comunidades de origem, na Espanha e em Portugal.

Variantes do sobrenome Andrade

Este sobrenome não possui muitas variantes. Geralmente o que pode se encontrar são pessoas com “de Andrade”. Não é possível que em outros países as variantes venham de traduções de Andrade, uma vez que este é um sobrenome bem próprio.

Brasão da Família Andrade

O brasão da família Andrade é basicamente constituído de uma faixa de vermelho que sai da boca de duas serpentes. O fundo é de cor amarela com um símbolo dos dois lados da faixa que fica na transversal, como pode ser visto na imagem.