O PREÇO DA EDUCAÇÃO
De: Professor Carlos Delano
Por que estudar tanto se
não tem emprego? Essa pergunta, infelizmente, é constantemente feita por
pessoas que tentaram buscar na educação uma forma de construírem seus futuros
profissionais e nada conseguiram. Pessoas que têm no Sr. Antônio da padaria,
que mal sabe assinar o seu nome e que tem uma leitura de péssima qualidade, a
certeza de que o profissional bem sucedido não precisa estudar tanto para dar
conforto a sua família; ou escutam dizer que o filho do Sr. Luís do açougue,
que está vendendo confecções no interior do estado, já conseguiu comprar o seu
carro novo, ao contrário do professor do seu filho, que está lutando há 12 anos
para comprar um carrinho financiado e, se Deus quiser, um dia vai conseguir.
Vivemos num mundo de
oportunidades, cuja escassez se justifica pelo meio social a qual a pessoa está
inserida. Pessoas bem relacionadas têm mais chances de serem indicadas para
trabalhos, que o filho de um favelado, que se formou com tantas dificuldades
numa universidade pública e que tem entre seus amigos, pessoas socialmente
excluídas. O pobre sem instrução, que foi criado sem conhecer o valor da
educação, jamais irá incentivar um membro de sua comunidade para ir à luta em
seus propósitos, pois, para ele, o imediatismo predomina, ou seja, é melhor
fazer um trabalho braçal que lhe renda uns trocados a perder tempo nos bancos
das escolas.
Embora a realidade seja essa - que a educação
como independência profissional seja preterida nas camadas mais baixas da
sociedade e que os políticos estejam se isentando de suas responsabilidades
como gestores públicos - ainda acredito na mudança deste quadro tenebroso que
toma conta no nosso país.
Enxerguemos a educação como realização pessoal
e acúmulo de conhecimentos, que, certamente, novas portas serão abertas para o
caminho do sucesso, com um horizonte ainda maior que o daqueles que
desacreditam no poder do conhecimento.
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