Baturité
Autor: Hugo Moreira
Pinheiro
O
passeio à serra, para visitar o belo prédio de pedras, do Mosteiro dos
Jesuítas, em Baturité, era maravilhoso,
divertido e dificultoso. Na minha adolescência, subi muitas
vezes essa serra, juntamente com amigos, andando a pé, pela
estrada construída com pedras, cheia de curvas e ladeiras, que ligava
Baturité à vizinha cidade de Guaramiranga, rumo aos Jesuítas, para
apanhar a deliciosa fruta regional - a manga - que havia nesse tempo, em
grande fartura, nos mangueirais de propriedade dos Jesuítas.
Esse
bonito Mosteiro, no início da serra de Baturité, era sempre visitado
aos domingos e feriados, por pessoas que gostavam de fazer penitência e
de participar do Retiro dos Padres Jesuítas.
E,
por falar no passeio dos Jesuítas, lembrei-me, também, dos riachos e
olhos d'água, com suas águas límpidas e muito doce, existentes naquela
serra. Ao subir
essa maravilhosa serra, lá de cima, no plano situado em frente a esse
magnífico
prédio construído em 1929, via-se toda a cidade de
Baturité,
com seus bairros, inclusive o bairro do Putiú, rodeado por dois
rios - o rio Aracoiaba e o rio Putiú - e mais adiante, a Estação de
trens da RVC. No entorno, numa vista panorâmica dessa cidade, via-se
também as bonitas paisagens sertanejas rumo à cidade de Aracoiaba, com a
bonita vista da serra da Pedra Aguda e da serra da Tamanca.
Antes, na
mesma estrada, rumo aos Jesuítas, não muito perto de chegar ao
histórico prédio do Mosteiro dos Jesuítas, à beira da estrada, havia uma
entrada, por onde se descia, indo por um caminho muito estreito e
acidentado, numa descida dificultosa, caminhava-se até encontrar um
rio que descia da serra. Logo em seguida, chegava-se à cachoeira do
Poço
da Moça, onde se tomava banho. Era um recinto agradável, cheio de
ingazeiras, e
muito perigoso, ( dizem que nessa cachoeira havia morrido uma moça).
Essa cachoeira, com um poço profundo, era um dos principais atrativos
de lazer, que sempre aos domingos e feriados a rapaziada de Baturité
gostava de frequentar, principalmente em tempo de férias escolares, na
época passada, dos anos 50.
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