sexta-feira, 8 de novembro de 2013

UMA CRÔNICA DE MEU PAI


                                 Baturité

 

 
                               Autor: Hugo Moreira Pinheiro
 
 
      O  passeio à serra,  para visitar o belo prédio de pedras, do Mosteiro dos Jesuítas, em Baturité, era maravilhoso, divertido e dificultoso. Na minha adolescência, subi muitas vezes essa  serra, juntamente com amigos, andando a pé,  pela estrada construída com  pedras, cheia de curvas e ladeiras,  que ligava Baturité à vizinha cidade de Guaramiranga, rumo aos Jesuítas, para apanhar a deliciosa fruta regional - a manga - que havia nesse tempo, em grande fartura, nos mangueirais  de propriedade dos Jesuítas.
Esse bonito Mosteiro, no início da serra de Baturité,  era sempre visitado aos domingos e feriados,  por pessoas que gostavam de fazer penitência e de participar do Retiro dos Padres Jesuítas.
E,  por falar no passeio dos Jesuítas, lembrei-me, também, dos riachos e olhos d'água, com suas águas límpidas e muito doce, existentes naquela serra. Ao subir essa maravilhosa serra, lá de cima, no plano situado em frente a esse magnífico prédio construído em 1929, via-se  toda a cidade de
Baturité,  com seus  bairros,  inclusive o bairro do Putiú,  rodeado  por dois rios  -  o rio  Aracoiaba e o rio Putiú  - e  mais adiante, a Estação de trens da RVC. No entorno, numa vista panorâmica dessa cidade, via-se também as bonitas paisagens sertanejas  rumo à cidade de Aracoiaba, com a bonita vista da serra da Pedra Aguda e da serra da Tamanca.
 
Antes, na mesma estrada, rumo aos Jesuítas,  não muito  perto de chegar ao histórico prédio do Mosteiro dos Jesuítas, à beira da estrada, havia uma entrada, por onde se descia, indo por um caminho muito estreito e acidentado,  numa  descida dificultosa, caminhava-se até encontrar um rio que descia da serra.   Logo em seguida, chegava-se  à cachoeira do Poço da Moça, onde se tomava banho. Era um recinto agradável,  cheio de ingazeiras, e muito perigoso, ( dizem que nessa cachoeira  havia morrido uma moça). Essa cachoeira, com um poço  profundo, era um dos principais atrativos de lazer, que sempre aos domingos e feriados a rapaziada de Baturité gostava de frequentar,  principalmente em tempo de férias escolares, na época passada, dos anos 50.

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