Esperança contida
Terra pobre, ressequida
Pela aridez continuada,
Onde rostos calejados,
Negros, tisnados pelo sol severo
Esgravatam por um prato de lentilhas.
Lá longe, soam chocalhos e campainhas
No pasto de ervas secas, doiradas.
Um pastor diaboliza o cão guarda,
Que quase deixa o rebanho ferir as vinhas
E o dono, queixoso não tarda.
E o gado dispersa e, nervoso recua
Trazendo à noite, a esperança
Doutro amanhã que só Deus conhece.
E assim se cumpre o futuro adiado.
De quem foi abandonado no meio do quase nada.
No horizonte, o eco do sofrimento repetido
E no ar o lamento silabado e constante
Pelo sonho perdido e desfeito
E a dor escondida no peito
De quem já não consegue estudar
Porque na vida mais não tem feito,
Que sofrer e chorar com a raiva do passado,
que persegue o presente e tolda o futuro.
É destes heróis, que nasce a riqueza.
A TI HOMEM, QUE LABUTAS ASSIM,
OBRIGADO.
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