por Carlos Delano Rebouças
Aprendemos
desde pequeninos que tudo em nosso corpo tem uma serventia. Assim dizia a minha
mãe diante de tantas perguntas que lhe fazia. São as curiosidades qualquer criança, na busca por descobertas.
Deixando
o óbvio de lado, já que falar da função da boca, dos olhos, dos ouvidos e de
tantas outras que a discrição não permite entrar em detalhes, pois se acredita
que exista desvio de função, prefiro analisar detalhes que, distante daquilo
que a estética estabelece, têm uma importância fundamental nas nossas vidas.
Foi
numa tarde de muito calor, daquelas que parecia que o sol tinha resolvido se
aproximar da terra, que percebi a importância das sobrancelhas. Transpirando
intensamente, percebia que meus olhos ardiam demais quando inundados pelo suor
que insistia em vencer a barreira das minhas sobrancelhas. Elas, sinuosas, não
estão em nosso rosto por acaso, assim passei a entender. Existem para desviar o
fluxo do suor ou de qualquer outro líquido que venha testa da testa para baixo.
Da
mesma forma que as sobrancelhas agem em defesa dos olhos, que conta também com
os cílios, não os postiços que embelezam os mais vaidosos, as narinas
naturalmente estão em cavidades abaixo do nariz, protegidas, para que nada escorra
em sua direção, vinda dos olhos para adentrá-las.
Embora
não seja usado por todos, os homens contam com pelos no rosto; são os hormônios
masculinos incidindo nas diferenças entre os sexos. O bigode tem a função
auxiliar na filtragem e no impedimento de que nada chegue à boca. Porém, se optar
em não usar o bigode, ou caso sejam as mulheres, não há porque se preocupar,
pois a boca é bem delineada, com bordas que desvia esse fluxo, contando com os
desvios das bochechas.
Voltando
a falar das narinas, assim como os ouvidos, em suas cavidades existem pelos,
como o objetivo de filtrar as impurezas. Pena que não filtram palavras, aquelas
que às vezes nos magoam e nos maltratam. Ah! Não podemos nos esquecer das
orelhas - verdadeiros protetores de nossos ouvidos - que para o mundo das
vaidades, servem muito mais para ostentar apetrechos, além, é claro, receberem
puxões, merecidos ou não.
As
pernas servem para caminharmos, porém, bem mais para sustentar todo o corpo; as
mãos, para manusearmos com destreza e habilidade todo que podemos alcançar.
Contudo, nem sempre tendo pernas, conseguimos nos sustentar e caminhar pela
vida; nem sempre por possuir mãos somos capazes de agarrar as oportunidades na
vida e segurá-las para não mais perdê-las.
Na
verdade, o corpo humano foi lapidado por natureza. É uma obra divina construída
com toda a perfeição que precisávamos, embora muitos, ou nasçam com algumas
imperfeições, ou as adquiram no transcorrer da vida. Mas, independente de como
seja ou esteja o nosso corpo, e se por algum motivo não estiver satisfeito com
ele, procure conhecê-lo melhor.
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