TANTO RISO, OH, QUANTA ALEGRIA, SOMOS OS MILHÕES DE PALHAÇOS NO SALÃO BRASILEIRO
Pode parecer uma marchinha, da
saudosa Dalva de Oliveira, que encantou tantos carnavais na história do Brasil,
em tantos momentos áureos, onde tudo é alegria, mas hoje, serve de inspiração
para puxar o trem da alegria de ilusões nos trilhos administrativos no Brasil.
Sempre no carnaval os problemas são
esquecidos por quatro dias e alegria acaba na quarta-feira de cinzas. Volta
tudo ao normal e retornamos a conviver com as crônicas mazelas que assolam o
país ao longo de décadas, aliás, séculos. Fome, miséria, desigualdades sociais,
violência, desemprego, desprezo pela educação, dentre tantos, esquecidos em
quatro dias, em meio à alegria que toma conta de um país.
2014 será um ano diferente. Já
começou assim, nesta expectativa. Ano de Copa do Mundo e do sonho da conquista
de mais um título. A alegria do carnaval terá uma rápida trégua, nem que seja
de quarenta dias, até chegar a Páscoa, momento sublime para os cristãos, que
perde a sua essência ao virar, para muitos, outro momento de extravasar, de um
novo encontro com a diversão. Uma nova oportunidade de “cair no salão
brasileiro” e esquecer todos os problemas.
Passou a Páscoa, e os pierrôs e colombinas
não querem sair de cena. Ô alegria interminável, gente! É não, vem a Copa do
Mundo e os ares esportivos de um falso sentimento nacionalista toma conta do
país. Telões, roupas e adereços em verde amarelo assumem as passarelas de um
país cheio de problemas, mas esquecidos diante da alegria.
Sabem que mais rir nesta
brincadeira? Os governantes. Dão gargalhadas de todos nós, bobos de sua corte.
Respiram aliviados, pois vamos nos alegrar num cenário de fome, miséria e
insegurança.
E o nordestino canta: “Lata d’água
na cabeça, lá vai Maria, lá vai Maria...”.
Já o povo Brasileiro: “Sassassaricando,
todo mundo leva a vida no arame”.
E os políticos, em coro: “Mamãe eu
quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar...”.
Nas tetas deste país.
Reflita.
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