O petróleo é um líquido encontrado debaixo da superfície terrestre.
Seu nome vem do latim e significa “óleo da pedra”. É inflamável, tem
cheiro característico e, embora também seja chamado de “ouro negro”,
pode ser incolor, castanho-claro, verde e marrom, além de preto. É menos
denso que a água.
O petróleo é um recurso natural de grande valor, usado na fabricação
de muitos produtos que fazem parte da vida cotidiana. Entre eles estão:
gasolina, tintas, plásticos e até medicamentos e cosméticos.
Como se formou o petróleo
O petróleo tem origem em restos de plantas e animais
minúsculos que existiram há muitos milhões de anos. Ao morrer, essas
pequenas formas de vida ficaram enterradas na lama. À medida que a lama e
as rochas
iam se acumulando, pressionavam as camadas mais profundas. Em
determinadas condições, a pressão e o calor da Terra transformavam os
restos de plantas e de animais em petróleo.
História
Exploração
Cerca de 4 mil anos antes de Cristo (a.C.), no Oriente Médio, esse tipo de óleo, encontrado sob o solo,
já era utilizado. Há registros históricos dessa atividade. O betume
natural, que industrialmente é um derivado do petróleo, era usado pelos
povos antigos do Egito, da Pérsia, da Mesopotâmia e da Judeia para pavimentar estradas e para vedar paredes, além de aquecer e iluminar as casas. Em 1271, o Azerbaijão
já produzia petróleo para comercializar. No século XIX, esse país
perfurou o primeiro poço moderno de extração de petróleo (no ano de
1846). O país era o maior produtor de petróleo até o início do século
XX, e de lá saía mais da metade da produção mundial.
Guerras
Produto cada vez mais essencial à vida moderna, o petróleo sempre foi cobiçado e com isso causou muitas guerras. Em geral, as potências ocidentais sempre buscaram o domínio sobre as reservas petrolíferas dos países do Oriente Médio. Foi assim na Guerra Irã-Iraque (1980-1988), na Guerra do Golfo (1991), na Guerra do Afeganistão (a partir de 2001) e na ocupação do Iraque (a partir de 2003). Associada a aspectos políticos, de segurança ou de independência, sempre está a questão do domínio sobre o petróleo.
A Guerra das Ilhas Falkland, que envolveu o Reino Unido e a Argentina
em 1982, além de uma disputa territorial também envolveu o interesse
sobre o domínio da região petrolífera em torno dessas ilhas (também
chamadas de Malvinas).
Produção e mercado
Há diferentes listas que tratam da produção de petróleo. A lista dos
países que têm as maiores reservas não coincide com a lista dos maiores
produtores nem com a lista dos maiores exportadores de petróleo.
As maiores reservas estão na Arábia Saudita, no Irã, no Iraque, no Kuwait e nos Emirados Árabes Unidos. Os maiores produtores são: Arábia, Rússia, Estados Unidos, Irã e China. Na América Latina, a Venezuela é um dos principais produtores. Os maiores consumidores são: Estados Unidos, China, Japão, Índia e Rússia. Já os maiores exportadores são: Arábia Saudita, Rússia, Emirados Árabes Unidos, Irã e Kuwait.
Na década de 1950, grandes companhias dos Estados Unidos e da Europa
controlavam a produção de petróleo mundial, embora não fossem seus
maiores produtores nem exportadores. Eles mantinham o preço do petróleo
baixo. Em 1960, os países ricos em reservas do produto — Irã, Iraque,
Kuwait, Arábia Saudita e Venezuela — criaram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Eles queriam garantir maior controle sobre os preços do petróleo. Qatar, Líbia, Indonésia, Emirados Árabes Unidos, Argélia, Nigéria e Angola se uniram à OPEP mais tarde.
Petróleo no Brasil
Foi entre 1892 e 1896, no pequeno município de Bofete, no interior do estado de São Paulo, que foi feita a primeira perfuração em busca de petróleo, por iniciativa de Eugênio Ferreira de Camargo. Mas ele encontrou apenas água sulfurosa. Só em 1939 é que um segundo poço, dessa vez perfurado em Lobato (na região de Salvador), no estado da Bahia, encontrou petróleo.
Em tudo o Brasil
dependia de empresas estrangeiras, tanto para a perfuração quanto para o
refino de petróleo. A primeira refinaria, instalada em Uruguaiana, no
estado do Rio Grande do Sul, nove anos antes da descoberta em Lobato, trabalhava com petróleo vindo do Chile.
No final da Segunda Guerra Mundial,
teve início no Brasil a movimentação para a nacionalização tanto do
refino quanto da exploração de petróleo (as reservas brasileiras ainda
eram desconhecidas e praticamente inexploradas). O Brasil era um grande
importador de petróleo.
Movimentos nacionalistas deram início à campanha “O petróleo é
nosso”. O movimento ganhou força e representatividade, terminando por
provocar a criação da Petrobrás, em 1953, durante o governo do
presidente Getúlio Vargas.
Estava garantido também o monopólio estatal da exploração do subsolo,
ou seja, todo o petróleo explorado era propriedade do Estado brasileiro.
(Estabelecido na Constituição de 1967, esse monopólio foi eliminado por
emenda constitucional em 1995, abrindo espaço para a atuação da
iniciativa privada na área.)
A Petrobrás, que até a crise do petróleo, em 1973, trabalhava em
parceria com empresas internacionais, explorando campos mais rentáveis
no exterior, decidiu buscar petróleo nas águas territoriais brasileiras.
Era preciso achar reservas, pois o Brasil importava 90 por cento do
petróleo que consumia.
O primeiro poço marítimo foi perfurado em 1974, na bacia de Campos, no estado do Rio de Janeiro. Foi um sucesso. Até os anos 1990, o petróleo extraído da bacia de Campos abastecia dois terços do consumo nacional.
A Petrobrás virou especialista mundial na perfuração de poços em
alto-mar. Em 2007, ela descobriu petróleo na camada chamada de pré-sal,
que fica abaixo da espessa rocha salina que se estende pelas bacias
sedimentares do Espírito Santo, de Campos e de Santos (todas na região Sudeste
do Brasil). Em 2008 a empresa concretizou a primeira extração de óleo
dessa camada, e planejou-se iniciar a produção comercial a partir de
2010.
Com essa descoberta de petróleo na camada de pré-sal, as reservas
brasileiras pularam do décimo sétimo para o sexto lugar no mundo.
Perfuração e refino
Debaixo da terra, o petróleo fica armazenado em rochas. Essas rochas
apresentam milhares de pequenos buracos. Às vezes elas têm reservatórios
naturais que retêm grande quantidade de petróleo. Com o emprego de
máquinas perfuratizes, o óleo é bombeado para a superfície.
O petróleo segue, então, para grandes instalações industriais
chamadas refinarias. Aí, o chamado “ouro negro” é processado (ou
refinado), dando origem a inúmeros produtos.
O petróleo também é extraído das camadas de terra do fundo dos oceanos. Para isso, são instaladas plataformas marítimas para perfuração dos poços.
Usos
Parte do petróleo se transforma em combustível (gasolina, diesel,
querosene de aviação). Outra parte é usada para fazer ceras e graxas
lubrificantes. Plásticos, fertilizantes, explosivos e até medicamentos e
cosméticos são obtidos do refino do petróleo.
Desvantagens do petróleo
A queima dos combustíveis derivados do petróleo libera gases nocivos na atmosfera. Esses gases, misturados com a umidade do ar, provocam chuvas ácidas, uma perigosa forma de poluição. Outro efeito indesejável é a retenção de calor na atmosfera. Esse processo, chamado aquecimento global, pode ser prejudicial a plantas e animais e causar a elevação do nível dos oceanos.
O transporte de petróleo por navios petroleiros também é uma ameaça ao ecossistema.
Muitos derramamentos de petróleo ocorrem nos mares e oceanos, matando
animais e pondo em risco o equilíbrio da natureza. Um grande vazamento
ocorrido em um poço de petróleo marítimo da British Petroleum, nas
costas dos Estados Unidos, em 2010, afetou as praias e a costa
litorânea, matou animais e aves marinhas. A empresa responsável, depois
de inúmeras tentativas de fechamento do vazamento, confessou não ter
meios para contê-lo. Esse grande desastre ambiental mostrou que a
tecnologia desenvolvida não contava ainda com os recursos necessários
para garantir segurança nesse tipo de operação.
O petróleo é uma fonte de energia abundante e relativamente barata,
mas exige grandes gastos em pesquisa e tecnologia de extração. E suas
reservas um dia devem se esgotar. Isso torna importante a exploração de
fontes alternativas de energia que, além de menos poluentes, sejam
renováveis, isto é, não corram o risco de acabar. Exemplos dessas fontes
são a produção de biocombustíveis, e o desenvolvimento da energia
eólica (gerada por moinhos de vento), e da energia solar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário