Autor: Carlos Delano Rebouças
Estranho, não é, levantar uma indagação sobre a
possibilidade de sermos vítimas de algo que buscamos sempre na vida? Mas parece
que em alguns momentos o otimismo pode parecer um vilão, ao invés de mocinho,
para muitas pessoas.
Que devemos acreditar sempre que vai dar certo tudo
que pensamos em fazer; que nada vai dar errado, e que o sucesso é o único
resultado esperado; e que somos e estamos preparados para o sucesso, e jamais
iremos enfrentar dificuldades são exemplos fortes, clássicos, de frases
otimistas, de forte apelo otimista, mas que pode nem sempre significar uma
verdade, aliás, significar uma grande frustração.
Geralmente procuramos construir a nossa estrada da
vida, pessoal e, em especial, profissional, com o fortalecimento de bases
fortes e seguras, de cujos tijolos do conhecimento e sabedoria, têm-se
necessidade inquestionável. Servem de alicerce para conquistas futuras e
estimáveis, estas, planejadas tanto pelas necessidades, quanto pelas vontades,
e o otimismo se encarrega de segurar as rédeas desse puro-sangue que pode se
tornar um pangaré.
O otimismo é plantado ou se busca plantar na mente de
cada um de nós. Quando nos encontramos cabisbaixo, sem ver muitas razões para
sorrir ou vislumbrar algo positivo, logo tudo pode mudar nas nossas vidas. Que
bom que acreditamos nisso e convivemos com pessoas que compartilham do mesmo
pensamento.
Mas para muitos, esse otimismo pode ser perigoso, ante
a sua capacidade de estimular tomadas de atitudes impensadas, movidas pelo
desejo urgente e incontrolável do sucesso, que sem fazer as necessárias
reflexões, pode levar a fracassos, de consequências sérias para a vida dos
envolvidos.
Para ser otimista, defendem que antes, de mais nada
devemos ser prudentes. A prudência é uma característica primordial no homem de
sucesso. Ela deve aparecer no topo da lista de características importantes de
um vencedor, e, abaixo, vem outras mais, inclusive, o otimismo, responsável ao
ponto de não resultar em cegueiras, tamanha a vontade de crescer.
Pena que nem sempre pensamos assim, ou seja, colocando
a prudência em primeiro lugar, ou pelo menos, em uma escala acima do otimismo.
Este parece existir sozinho, sem que não houvesse necessidade de outros
atributos. Faz com que sejam tomadas atitudes impensadas, como se não tivesse
espaço para o insucesso, numa absoluta blindagem de seu protagonista.
Para sermos otimistas, acima de tudo devemos ser
cautelosos e sensatos para com a nossa autoavaliação. Não podemos nos permitir achar
que somos os melhores, muito menos, que nos enxergam assim, sem ao menos, que
prevaleça o bom senso, a lucidez. Pensar positivamente não é enganar-se, pois,
assim sendo, pode redundar em graves consequências, dentre elas, a queda de um
“muro” que permitia uma condição que não condizia com uma verdade.
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