Carlos Delano
Rebouças
Ninguém pode negar que a forma mais eficiente de
adquirir conhecimento é a leitura. É com ela que podemos absorver informações,
confirmar um aprendizado, tornarmo-nos mais cultos e derrubar as barreiras do
preconceito.
O domínio da leitura, para o homem, é um elemento
de inclusão social. Muito me entristece quando vejo alguém, principalmente
adultos, com as mais diferentes desculpas, seja ela por estar sem os óculos ou
não estou enxergando bem, ao solicitar a ajuda na leitura de um aviso ou
destino de um ônibus, que na realidade, muitas vezes, representa a falta do
domínio da leitura.
Podemos até, quem sabe, creditar a diversos
fatores, ora sociais, econômicos ou políticos, essa carência, decorrente do
distanciamento de tantas pessoas nessas condições em nosso país, dos bancos das
escolas.
Apesar das dificuldades ainda existirem no Brasil e também,
muito crescentes, infelizmente, percebe-se que o número de alunos nas escolas
aumentou consideravelmente nos últimos anos, seja nas capitais ou no interior
do país; seja no pré-escolar, passando pelo ensino fundamental e ensino médio,
e até na formação supletiva de jovens e adultos.
Permite-nos acreditar que a qualidade da educação
melhorou. Mas na realidade, não é bem assim. A alfabetização pode para muitos especialistas, ser, a
confirmação da aquisição da capacidade de escrever, de aglutinar sinais,
formando palavras, frases, períodos, contextualizados ou não, coerentes, quem
sabe, mas que possa representar algo escrito. Já a leitura, também confirma a
alfabetização, mesmo que seja somente a decodificação de sinais, somente.
Mas na realidade, também não é bem assim. Ler e escrever são dois domínios de mão única, que se
completam e complementam. Ninguém escreve por escrever, exclusivamente, ou
seja, escrevendo, põe em prática a sua capacidade criativa, reflexiva,
analítica e perceptiva, de uma situação, real, que pode levar, também, a
construção de uma situação ilusiva ou surreal, traduzida pela sua capacidade de
leitura muito mais profunda do que seu globo ocular pode permitir com o seu
auxílio.
Ler é muito mais que decodificar. A leitura é a
absorção de conhecimento, de informações, que alimentam a nossa memória e que
nos permitem, com sabedoria, externá-los oportunamente, muitas vezes, através
da leitura em voz alta, como porta-vozes da cultura, e com de texto, escritos,
construídos por nós mesmo. Representa ser uma roda viva de conhecimento.
Mas, infelizmente, a leitura e a escrita não são
enxergados com recursos em favor da educação, do fortalecimento do conhecimento.
Ainda estamos muito distantes de vê-las com um instrumento de edificação
cultural e social, quanto mais, de derrubada de barreiras, de paradigmas.
Estímulos para isso são restritos, diante de tantos
interesses contrários. E assim, Saber codificar e decodificar parece ser o
suficiente para o cidadão brasileiro, e o conveniente para os comandantes do
nosso país
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