domingo, 6 de novembro de 2016

O COMBATE À INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NO BRASIL

Autor: Carlos Delano Rebouças

           Segundo dados do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatísticas (IBGE), mais de 86% da população brasileira se diz cristã, e o restante, dividido entre seguidores de outras doutrinas. Porém, todos contribuem de alguma forma para que se confirme uma intolerância religiosa repudiante, capaz de levar a graves consequências.

          Embora essa fatia maior esteja dividida, nas devidas proporções, entre católicos e protestantes, isso não significa um fator que redunde em uma plena harmonia entre os seus seguidores ou que leve a uma postura sabia e equilibrada de enxergar e tratar as outras religiões e crenças da fatia menor da sociedade, aquelas que envolvem, por exemplo, o Espiritismo, o Islamismo, o Budismo e as religiões e crenças de origem africanas. Existe, na verdade, uma resistência de todos os lados, na qual dizem se defender, enquanto se veem bem mais ataques.

            É a confirmação da não aceitação das pessoas pelo simples fato de serem ou não de uma determinada religião, capaz de gerar conflitos multilaterais, já que todos querem defender o seu ponto de vista a todo custo, contando com a falta de sabedoria como combustível principal para a edificação de uma sociedade cada vez mais a intolerante. São conflitos ideológicos percebidos entre diversos povos, em qualquer parte do mundo, por exemplo, entre Judeus e Palestinos, e que acabam se espalhando pelo mundo inteiro, ganhando força e proporções de graves consequências à humanidade.
           
            No Brasil, não é diferente, apesar de ainda não ter acontecido nenhum ato terrorista com foco religioso. Contudo, é comum de ver pessoas sendo hostilizadas na internet; bem como, moral e fisicamente, nas ruas, a caminho de seus templos; no trabalho; nas escolas; ou no próprio ambiente familiar. São atitudes reprováveis e inteiramente passivas de lamentações.  
           Para que se tenha um fim essa desconfortável situação de intolerância religiosa, visível na sociedade brasileira, que leva o seu povo a nutrir um sentimento nada salutar para instauração da harmonia entre as religiões, faz necessário que novas políticas públicas sejam desenvolvidas, a somar às já existentes, para a defesa das garantias do direito e da liberdade de expressão religiosa de cada cidadão, que leve também a escola a ter uma atuação maior no seu papel de colaborador principal no processo de educação, e que seja de forma participativa ao lado comunidade e da família, na construção de uma sociedade mais ética e justa, livre da intolerância religiosa.


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