Por Carlos Delano Rebouças
Quando
pensamos que já ouvimos e vimos todos os absurdos nesta nossa medíocre vidinha
de humano, neste imenso planeta que podemos assegurar que se trata de um
presente divino, além da conta de nossos merecimentos, abrimos nossas páginas das
redes sociais e lá são vemos tantas manifestações, que confirmam a nossa
pequenez.
Para
aquele brasileiro que foi condenado à morte por tráfico de drogas, conforme as
leis da Indonésia, país onde praticou o crime, e para a sua família, o sábado,
dia 17 de janeiro de 2015, será uma data também que passará a ser marcada pela
incompreensão e intolerância de muitos conterrâneos, brasileiros, que
aproveitam as redes sociais para expor os mais absurdos pontos-de vista.
Dentre
inúmeros vistos, um chamou a minha atenção, quando o seu autor disse que teve a
morte como merecimento, porque, a prática do tráfico de drogas faz com que
muitas outras vidas sejam destruídas, e a punição recebida passaria a tratar-se
de pagar o crime com a mesma moeda.
Até
aí, nada de espantar. Este pensamento, infelizmente, é comum em muitas pessoas,
principalmente, naqueles que já não aguentam mais ouvir falar em crimes que
compensam.
O
que me espantou foi a manifestação de alguns, assumidamente desafetos da
presidente Dilma, criticarem-na por ter pedido aos líderes da Indonésia
clemência para o criminoso. Quantas postagens de ataque, com argumentos
absurdos, partido de tantas pessoas que sequer reconhecem o verdadeiro valor da
vida, sem em nenhum momento demonstrar a sua essência humana, de um coração que
aceita a falha, que aceita o perdão, e de uma consciência que podemos ter uma
segunda chance, até para errar.
Quanto à tese de que traficante contribui para a morte de pessoas, pensando assim, quem
comercializar cigarros, quem vende bebidas alcoólicas, ou quem se prostitui ou
faz apologia à prostituição, podem ser vistos da mesma forma, já que de uma
forma ou de outra, nas suas devidas proporções, vão diretamente de encontro à
vida.
Não
quero polemizar, incluindo tais casos, nem mesmo, defender praticantes de
tráfico de drogas. Quero somente defender que independente do crime que se
pratique, á frente, existe uma pessoa, um ser humano que teve a sua vida
concedida por Deus. Respeitamos as leis dos homens e as culturas de cada país,
apesar da crença que temos e defendemos. Porém, precisamos ser mais sensatos
nas nossas colocações, para não parecermos bem menos intolerantes, do que
injustos.
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