segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

CHUVINHA BOA COM GOSTO DE ESPERANÇA

CHUVINHA BOA COM GOSTO DE ESPERANÇA

Por Carlos Delano Rebouças

As chuvas que caem aqui em Fortaleza, de mansinho, esporádicas,  e em diversas cidades do Ceará,  como em outros estados nordestinos, além da região sudeste, permite a mesma satisfação para todos  os povos e tem um gostinho especial de esperança.

Nós nordestinos, historicamente, sofremos com a escassez de chuvas. Somos mestres em lidar com a falta d’água, com suas dificuldades, e sabemos muito bem definir o sentimento de ver nuvens carregadas no céu, e a expectativa que se gera para o homem do campo e das capitais.

Hoje o povo mineiro, carioca, capixaba, paulista, e especialmente, o paulistano da capital, começam a entender o que sente e passa o nordestino, que por tantos deles, sofrem preconceito e viraram motivo de piadas e perseguições diante do sofrimento por esse bem natural tão precioso para todos nós.

Vejo nos noticiários as matérias feitas atentando para o aumento do nível do sistema Cantareira, o mais importante para a capital do estado de São Paulo. O índice em fevereiro subiu de forma satisfatória, porém, ainda preocupante e bem distante de uma zona confortável. Contudo, suficiente para alegrar aquele povo e enchê-los de esperança por dias melhores, bem diferentes de nós, nordestinos, calejados com a dor da escassez de chuvas, no chão rachado do sertanejo, nos açudes de peixes que pedem ajuda, e nas torneiras das cidades, que não sabem mais o que é escorrer um pingo d’água.

Mas se o brasileiro não desiste nunca, nós nordestinos, somos mais tinhosos. Nossas esperanças são eternas e alegramo-nos sempre, até com um céu que se fecha, imaginem, como nuvens que se carregam e derramam suas águas. Assim somos nós, que vamos acreditar até o fim que o solo nordestino e brasileiro como um todo será molhado na sua suficiência, com a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, e do nosso reverenciado São José, padroeiro do nosso estado do Ceará.



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