CHUVINHA BOA COM GOSTO DE
ESPERANÇA
Por Carlos Delano Rebouças
As
chuvas que caem aqui em Fortaleza, de mansinho, esporádicas, e em diversas cidades do Ceará, como em outros
estados nordestinos, além da região sudeste, permite a mesma satisfação para todos os povos e
tem um gostinho especial de esperança.
Nós
nordestinos, historicamente, sofremos com a escassez de chuvas. Somos mestres
em lidar com a falta d’água, com suas dificuldades, e sabemos muito bem definir
o sentimento de ver nuvens carregadas no céu, e a expectativa que se gera para
o homem do campo e das capitais.
Hoje
o povo mineiro, carioca, capixaba, paulista, e especialmente, o paulistano da
capital, começam a entender o que sente e passa o nordestino, que por tantos
deles, sofrem preconceito e viraram motivo de piadas e perseguições diante do
sofrimento por esse bem natural tão precioso para todos nós.
Vejo
nos noticiários as matérias feitas atentando para o aumento do nível do sistema
Cantareira, o mais importante para a capital do estado de São Paulo. O índice
em fevereiro subiu de forma satisfatória, porém, ainda preocupante e bem distante
de uma zona confortável. Contudo, suficiente para alegrar aquele povo e
enchê-los de esperança por dias melhores, bem diferentes de nós, nordestinos,
calejados com a dor da escassez de chuvas, no chão rachado do sertanejo, nos
açudes de peixes que pedem ajuda, e nas torneiras das cidades, que não sabem
mais o que é escorrer um pingo d’água.
Mas
se o brasileiro não desiste nunca, nós nordestinos, somos mais tinhosos. Nossas
esperanças são eternas e alegramo-nos sempre, até com um céu que se fecha,
imaginem, como nuvens que se carregam e derramam suas águas. Assim somos nós,
que vamos acreditar até o fim que o solo nordestino e brasileiro como um todo
será molhado na sua suficiência, com a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, e do
nosso reverenciado São José, padroeiro do nosso estado do Ceará.
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