ATÉ
PARECE QUE O MUNDO DIGITAL SE RESUME À S REDES SOCIAIS
Por
Carlos Delano Rebouças
Confesso que já não mais
me espanto com os resultados tidos por estudantes e profissionais quando postos
à prova seus conhecimentos. Assim foi, com os estudantes, por exemplo, no
último ENEM realizado; assim é com o desempenho profissional de uma massa
esmagadora que ocupa espaços no mercado de trabalho.
Diversas são as
justificativas apresentadas, que vão, desde ao baixo nível de conhecimento dos
estudantes, até, ao nível de dedicação e envolvimento do profissional no
exercício de sua atividade, principalmente quando este, necessita de
conhecimentos básicos para o ofício e não os têm, e ainda se incorpora a
desvios de atenção, perda de foco, ante a predileção de outros interesses,
especialmente aqueles oferecidos pelo mundo digital.
Para muitos, que antes se
resumia ao público jovem, e que passou a ser também do público adulto e até
mais experimentado, a Internet é um dos maiores responsáveis por tornar o povo brasileiro,
que se diz incluso no mundo digital, um povo que cada vez mais se torna menos
inteligente, informado e fortalecido no mercado. Não porque a Internet é destrutiva,
mas sim, porque o seu suo incorreto, diante de uma falta absoluta de orientação
para o seu melhor aproveitamento, redunda na defesa desta tese.
Hoje ninguém se interessa
mais em dominar as ferramentas do Office, ou seja, tem-se uma verdadeira
aversão a uma planilha eletrônica; à ferramenta de produção de textos; nem
mesmo com o recurso de criação de slides, para apresentação; muito menos com as
outras ferramentas menos populares, mas com o mesmo grau de importância. Na
verdade, nada desperta mais interesse atualmente do que as redes sócias, estas
mesmas, que já fazem parte do mundo real, indiscutivelmente, com sua devida
importância, mas que em excesso, influencia negativamente na aprendizagem de
estudantes e no rendimento diário de muitos profissionais.
Entregar um papel e uma
caneta, ou um teclado com um monitor, para alguém escrever, produzir um texto
qualquer, mais parece o mesmo que desejar que se faça algo muito ruim e
indesejado, que represente um momento de absoluta angústia. Mas isso acontece
porque não existe preparo, prática e identificação com a atividade, diante de
um contínuo distanciamento de processos de aprendizagem. O estudante, que não
demora muito para se tornar um profissional de mercado, somente muda de posição,
mas mantém a postura desinteressada, contando como aliado, o abandono por parte
dos orientadores, que assumem perder a luta para as redes sociais.
Daí, não demora a surgir
os fracassos – perda de espaço para quem soube organizar os seus interesses,
sem abdicar de nenhum existente – restando somente encontrar justificativa,
nada convincentes, e sem em momento algum pensar numa mudança, para reverter a
situação.
Porém, enquanto alguns
insistem em acreditar que o mundo digital se resume exclusivamente às redes
sócias, outros, poucos, que não se renderam a esta crença, ou se um dia
acreditaram, puderam acordar a tempo, passaram a enxergar que se trata um mundo
muito mais amplo e variado, que permite uma maior projeção na sociedade,
mediante a utilização mais completa dos seus frutos.
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