Atitudes
Contraditórias
Autor: Carlos Delano Rebouças
Nos últimos meses, mais precisamente, no ano passado, muito foi noticiado sobre a Copa do Mundo, e não poderia ser diferente, pouco
sobre outros assuntos, que não perdem em nada sobre importância, e, quem sabe,
até podem superar.
Enquanto o
mundo torceu e o brasileiro sonhou com mais um título que não veio, muita coisa
aconteceu em nosso país. O Partido dos Trabalhadores oficializou a candidatura
à presidência, da Presidenta Dilma, para mais um mandato de líder máximo do
executivo deste país, é um, de vários temas que estão passando despercebido
pelos brasileiros.
Deixando a
política de lado, dois fatos, antagônicos, mas com final feliz, foram
emblemáticos, pela atitude de seus autores, protagonistas que se postaram em
situações bem diferentes, mocinho e bandido, que mexeram com o sentimento de
todos, certamente, que assistiram as matérias, exibidas nas mídias.
O primeiro
fato foi o abandono de filhotes de cães, recém-nascidos, dentro de esgotos, com
vida, embalados em jornais e sacos plásticos, que, pela percepção e
sensibilidade de um humilde pintor, foram identificados pelos gemidos e choro,
e resgatados. Hoje, sob os cuidados de uma veterinária, voluntariamente, estão
passando bem e até com adoção encaminhada.
Um segundo
fato, foi o cumprimento de uma promessa feita por um humilde agricultor, do
centro-oeste do país, que doou parte de um prêmio conquistado numa loteria,
para hospitais de tratamento de câncer. Não largou a sua rotina de vida,
simples, e se sente muito mais feliz e realizado pela atitude tomada e promessa
cumprida.
Pelo que foi
visto, duas atitudes bastante distintas, pelos seus autores. O primeiro, que
abandonou os animais indefesos, mostrou-se insensível, desumano, criminoso e
inconsequente, que, mesmo achando que por não ter sido identificado, ficará
isento da justiça dos homens, da de Deus, não escapará. Já o segundo
protagonista, aquele doador de parte do seu prêmio, que preferiu ocultar a sua
identificação, por segurança, sorri, feliz, diante de uma atitude tomada de
coração, no auge de sua sensatez e humanidade. Louvável e única num mundo cada
vez mais carente de pessoas sensíveis.
Como o brasileiro tem por hábito sempre enxergar o lado bom de tudo, mesmo nas coisas ruins, no caso, abando dos quatro filhos, que prevaleçam a atitude do pintor, a destreza dos bombeiros, a iniciativa da veterinária, o apoio da sociedade e a cobertura feita pela imprensa, mesmo estimuladas por uma atitude reprovável.
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