domingo, 19 de maio de 2019

VIVENDO E APRENDENDO



Carlos Delano Rebouças

Quando me perguntam sobre o que tenho a dizer da educação – essa amiga e inimiga de todos nós, que tanto a valorizamos e a afugentamos de nossas vidas – juro que me sinto suspeito de falar, pois sei que como está sendo importante na minha vida.

Ainda criança, lembro-me, certa vez na companhia do meu pai, vi um trabalhador de depósito de construção sobre uma carroça puxada por um animal, que nos serve como antônimo de inteligente, meu pai disse: “Se não estudar será como ele, um carroceiro”. Sei que a intenção do meu não era a de depreciar a pessoa daquele trabalhador, nem mesmo da função que exercia, apenas a de causar um choque de realidade em uma criança que pudesse vir a acreditar que poderia vencer na vida dignamente sem reconhecer o real valor transformador da educação. 

Hoje vivemos novos tempos – de dificuldades que parecem ser de todos, até mesmo de quem frequentou à escola e seguiu rigorosamente os conselhos dos pais – ao contrário que parecia ser daquele carroceiro que me serviu de exemplo e ajudou-me a valorizar a educação e a ser assíduo até hoje no ambiente escolar. Não mais o carroceiro de hoje é o analfabeto de ontem, ou seja, muitos, aliás, milhões de nós, brasileiros, somos “puros-sangues puxando carroça”, como metaforicamente o trecho da canção dos Engenheiros do Hawaii nos ensina. Muito obrigado, Humberto Gessinger por essa contribuição!

O filósofo chamado Immanuel Kant um dia disse “que que o homem e nada mais do que a educação faz dele”. Sêneca também falou “que a educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a vida”. Já o escritor realista, Gustave Flaubert, deixou bem claro “que a vida deve ser uma grande educação”. Mas o que importar o pensamento “dessa gente” sobre a educação, não é? Assim muitos pensam sob a tutela da ignorância.

Mas voltando ao momento de infância vivido com o meu pai, diante da  experiência de ter visto aquele honrado trabalhador, que hoje parece modernizado e muito mais alfabetizado, quem sabe com um diploma de nível superior, entendemos que de fato não somos nada mais do que o  que educação faz de nós, visto que a  que temos em nosso país não vem sendo cuidada como deveria ser, vide os cuidados que vêm recebendo ao longo dos anos, sobretudo hodiernamente, mesmo muitos de nós, brasileiros, convictos de que a vida inegavelmente é uma grande educação.

É BEM ASSIM

O mercado de trabalho precisa acordar para a melhor gestão de pessoas. Precisa trabalhar comportamentos com excelência, como recurso principal e maior para superar os obstáculos do dia a dia, sobretudo os que impedem o alcance dos objetivos traçados, quando a falta de harmonia nos relacionamentos interpessoais se tornam o maior responsável.
Isso se chama humanização do mercado de trabalho, que nada mais é que desenvolver o enxergar de valores que parecem inexistirem diante de comportamentos individualistas que refletem o egoísmo, a soberba e a falta de cooperação, que vêm à tona, muitas vezes, pelo silêncio ou por uma retraída postura, porém, bastante observadora, que espera apenas o tropeço, momento de êxtase para quem na verdade precisa muito mais de ajuda.

AS RAZÕES DO AMOR


Os místicos e apaixonados concordam em que o amor não tem razões. Angelus Silésius, místico medieval, disse que ele é como a rosa: “A rosa não tem ‘porquês’. Ela floresce porque floresce.”
Drummond repetiu a mesma coisa no seu poema “as sem-razões do amor”. É possível que ele tenha se inspirado nestes versos mesmo sem nunca os ter lido, pois as coisas do amor circulam com o vento. “Eu te amo porque te amo…” – sem razões… “Não precisas ser amante, e nem sempre saber sê-lo”.
Meu amor independe do que me fazes. Não cresce do que me dás. Se fossem assim ele flutuaria ao sabor dos teus gestos. Teria razões e explicações. Se um dia teus gestos de amante me faltassem, ele morreria como a flor arrancada da terra.
“Amor é estado de graça e com amor não se paga.” Nada mais falso do que o ditado popular que afirma que “amor com amor se paga”. O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo. Nada me deves. Como a rosa floresce, eu te amo porque te amo.

sábado, 18 de maio de 2019

SALA DE AULA: GRANDE PALCO













Carlos Delano Rebouças

Existe uma pseudoimpressão de que em sala de aula há um abismo entre quem busca e detém o conhecimento, o qual separa o professor de seus alunos, fazendo com que entre eles exista uma lacuna cujo espaço não cabe o compartilhamento de conhecimentos e saberes, apenas a defesa de que se restringem apenas ao professor e a ninguém mais.


A sala de aula, na realidade, é um grande palco, não de ilusões, mas de sonhos muitos distantes de serem vistos como utopia. Nele, não existem figurantes, antagonistas, bandidos ou vilões. Vê-se apenas grandes protagonistas que se tornam os emblemáticos mocinhos de uma bela história que narra o sucesso de quem acredita no poder do conhecimento.


Obviamente que tão relevantes atores precisam da regência de um grande maestro, não que seja o único detentor do conhecimento, mas sim por assumir, apenas oficialmente, o comando de um grupo multidisciplinar que para o qual repassa seus conhecimentos, bem como abre espaço para que outros mais sejam compartilhados, a fim de que o processo de desenvolvimento de mudanças aconteça com excelência. É a transformação do homem por meio da partilha de conhecimentos.


Contudo, para que tudo isso aconteça em alto nível, faz-se necessário que se desenhe um ambiente propício para isso, que esse palco seja armado de forma que todos os participantes se vejam como peças importantes nesse processo de aprendizagem. Assim, deve-se trabalhar a motivação; o autoconhecimento, sobretudo da sua realidade e de suas potencialidades; bem como do nosso senso de cooperação, pois com ele demonstramos o nosso lado menos egoísta de acreditar que os conhecimentos são apenas nossos e de mais ninguém.

E esse desenho quem o faz? O professor? Não! Somo todos nós – professores e alunos – que nos posicionamos no centro desse acolhedor picadeiro onde não existe palhaço, mas sim a alegria de construir e compartilhar conhecimentos, a qual nos leva a rir da falsa crença de que nada vale e a nada leva, apenas engana a quem que jamais se sentiu enganado por acreditar no poder da educação.

terça-feira, 14 de maio de 2019

Momento profissional


Cuidar de sua imagem

Muito mais que nos preocuparmos com nossa aparência física, estética, embalagem, devemos cuidar do nosso conteúdo, que nada mais é que valores, estes que pouco estão sendo enxergados em tempos que as vaidades prevalecem sobre tudo.

domingo, 12 de maio de 2019

Expressões idiomáticas

As expressões idiomáticas também devem ser vistas como um importante recurso literário, cuja função é de aumentar o impacto do que foi dito. Veja as diferenças a seguir:

- O diretor ficou furioso e começou a desferir ofensas diretas ao seu assistente.
- Em um ataque de fúria, o diretor perdeu a linha e vociferou contra o seu adversário.

Veja que ambas tem o mesmo objetivo, que é de mostrar uma atitude tomada pelo sujeito da oração, no caso, o diretor. Contudo, veja que o uso das expressões idiomáticas, ao contrário das composicionais, que são montadas e só têm significado quando cada palavra é analisada individualmente e os sentidos usuais são combinados para mostrar o todo, agem no intuito de convencer levando em conta recursos linguísticos (recorrendo também a figuras de linguagem) ligados a uma bagagem cultural. 

Também é importante enriquecer o texto com um vocabulário que possa substituir termos comuns usados no dia a dia.

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

É BEM ASSIM MESMO!


Por Carlos Delano Rebouças


Vivemos, sim, uma sociedade de conhecimentos, onde impera o preconceito de se achar que uma profissão pode ser mais valorosa ou importante que a outra, nutrindo uma espécie de segregação de classes, muitas vezes definindo caracteres a partir das escolhas profissionais, seja por imposições da vida, seja unicamente por identificação

Somos todos "peças de um jogo", quem sabe, como um xadrez, em que nos movimentamos ou em sua função somos movimentados em busca do sucesso, no qual cada uma com sua devida importância. Um sucesso que não é de um só – de alguém ou de ninguém –, e sim de quem tem humildade de entender que o “nós” é bem melhor de se dizer.

Todos temos algo a ensinar, a agregar de alguma forma para o crescimento da sociedade, para a edificação de um outro ser que não necessariamente se enxerga pelo espelho do egoísmo.

Deixamos nossas marcas, nossos feitos, nosso legado, nossos ensinamentos. Valorizemos, portanto, cada profissão existente, sem jamais transferirmos nossos mais indomáveis sentimentos, esses mesmos que maltratam e machucam sem escolher a quem, apenas pelo simples fato de se enxergar diferenças.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Como vale a pena

É sempre bom falar da educação, melhor ainda de seus resultados, sobretudo, transformadores de vidas que nem sempre a reconheceram como importante.

Filosofando um pouquinho


Carlos Delano Rebouças



A famosa frase de Shakespeare, “Ser ou não ser, eis a questão! ”, presente na sua obra Hamlet, até hoje é repetida diante de tantas dúvidas suscitadas quanto ao comportamento humano, sobre como se posicionar criticamente em relação a uma atitude a se tomar, ou mesmo já consumada que permite tantas reflexões.

Há quem diga que a sua inspiração vem do famoso filósofo Sêneca, que pela sua ímpar capacidade de perceber a vida humana e a sua relação com o mundo, entendeu, por exemplo, que o homem precisa valorizar cada momento vivido quando disse: “Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida”.

Contudo, Shakespeare com essa famosa frase também pareceu querer desmontar o pragmatismo aristotélico, desenhando ao mesmo tempo um homem puro e sonhador, cheio de desejos e contradições, sem máscaras que pudessem esconder a sua verdade, mesmo diante da espantosa condição demonstrada ao lidar com a realidade tosca de um mundo que convive tão naturalmente com o caos.

Reflexões filosóficas à parte, fato é que esse conflito reside indubitavelmente em nossa mente. Somos, aliás, estamos literalmente envolvidos nessa eterna batalha para descobrir o que realmente somos, uma condição de ser bem mais angustiante que a de estar, quando temos a certeza que podemos desviar o foco de nossa análise em meio a risos nada verdadeiros, que em nada correspondem a nossa verdade. Enganamo-nos para enganar, quando o maior e único ludibriado é somente nós. Permitam-me dividir essa condição com o uso do pronome.

Decerto, pode parecer desnecessário para muitos, para não dizer irrelevante, reservar o mínimo do tempo que temos na nossa vida para reflexões sobre o que na verdade somos ou como estamos no mundo; sobre a relação que estabelecemos com quem um dia, em um dado momento, acreditamos que seriam importantes para a nossa edificação como um ser, ora vazio de sentimentos, ora esgotado de tantos experimentados que um dia acreditamos serem verdadeiros, sólidos e únicos, e até enganosos, a ponto de cegar como se fossem um estimulante capaz de nos reduzir a nada em determinados momentos da vida.

Enquanto há vida, há esperança! A frase não seria bem essa, mas para não perder a oportunidade, que seja ela a nos levar a pensar (ou repensar) o que temos feito em nossas vidas que tanto pode estar nos enganando. O acordar deve sempre acontecer, para que se perceba algum sinal de alerta que aponte para a perda do amor próprio, que deve sempre ser priorizado, pois somente por ele, fortalecido, conseguimos equilíbrio suficiente para encontrar respostas na nossa vida.