Por Carlos Delano Rebouças
Se há uma coisa nessa vida
que me desafia é compreender a postura do homem em sociedade. É entender tudo o
que leva a defender ser normal, quando sequer sabe discernir sobre o que é
normal e natural. Entender de fato sobre as consequências de suas atitudes.
Tudo parte daquilo em que
acreditamos. Defendemos nossas teses com umas e dentes de uma boca banguela que
fala com a voz da emoção. Plantamos em nossos corações uma semente cuja árvore,
futura, dará seus frutos, que nem sempre são comestíveis, muito menos
apreciáveis por todos que nos rodeiam. O homem maltrata corações e deixa marca
na memória de muitos, com uma dor que derrama lágrimas a cada vez que uma
lembrança dá o ar de sua graça.
E por que agimos assim – com
tanto egoísmo – em relação à conquista de nossos objetivos, sob os argumentos,
em muitas vezes, que representam o ideal de muitos, alicerçados por espécimes
que não convencem aos mais ecléticos?
Jamais deixamos de assistir
atrocidades cometidas contra a raça humana, seja com atentados terroristas
matando em massa, num inquestionável genocídio, seja nas matanças arquitetadas
pela intolerância em relação às escolhas do homem, em sociedade. Em tempo
algum, e veja que se trata de fato histórico, o homem demonstrou ter dado um grande
salto na sua evolução. Queria eu que o pensamento do grande pensador Heráclito fosse
uma verdade suprema, quando disse que nada é permanente, exceto a mudança.
Assim somos nós – humanidade
- que agimos pensadamente, mas mergulhados no poço do egoísmo da defesa de
nossas verdades.
Continuaremos, infelizmente,
assim – reféns do nosso pensamento egoísta – embora, em muitos casos, possam
ser vistos como o de muitos, quando na realidade, em nada representa ser de uma
maioria. Seremos, por muito tempo, vítimas de nós mesmos, perpetuando uma
cultura e criando novas, contudo, repudiadas diante de suas consequências.
Estaremos sempre na posição de predadores da humanidade, aniquilando sonhos e
realidades, ou sendo o nosso maior pesadelo.
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