segunda-feira, 4 de abril de 2016

UMA VIDA PELO RETROVISOR




Por Carlos Delano Rebouças

A vida é uma viagem, que tem um ponto de partida e um ponto de chegada, que nem sempre é onde planejamos e desejamos chegar. Muitas vezes encurtadas, inesperadamente, ou quem sabe, bem mais longa do que imaginamos ser.

Nossa imaginação nos leva a lugares que nossos pés e aceleradores sequer conseguem chegar. Semeamos sonhos, utópicos ou não, e deles, colhemos frutos que nos garantem uma boa lembrança.

Pelo retrovisor da vida, não permite enxergar a possibilidade de retornar. Está distante de mais para voltar. O obstáculo vencido, ultrapassado, este, ficou para trás, perdido, distante, pequeno, pequenino..., que lente alguma permite buscar. Somente recordar, servindo de combustível para os novos caminhos da vida.

Para com a estrada da vida, sempre pensamos longa, mas qual o limite de nossa extensão, de nossos desejos? Devemos viver cada momento, cada instante como se fossem únicos, breves? Vai saber! A vida prega cada peça...!

Só sei que onde a máquina me leva, horizontes e fronteiras são iguais. Assim dizia o poeta, sem especificar que essa máquina é a vida, que um dia deixa de funcionar, para, tendo o seu ponto final decretado, mesmo contrariando a vontade de tantos; mesmo sendo a vontade de poucos, de Deus.

Quando a viagem termina, encerra-se o ciclo e começa outro, principalmente para quem permanece na estrada, na condução de sua vida, olhando em seu retrovisor, puxando a memória nas suas lembranças, em especial, as boas, sobretudo, aquelas que marcam, como uma frenagem no asfalto das recordações.

A estrada é de todos nós e nela estamos sempre em viagem. Não importa para onde for, a bagagem que levamos, nem com quem vamos. O certo é que sozinhos seguimos o nosso caminho, com o tempo de parada único, exclusivo, sem mais contar com um retrovisor para olhar.

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