A nova
guerra-fria do petróleo e do gás
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Corre o ano de 2012,
passaram vinte anos desde a queda do Muro de Berlim, mas o mundo continua a
viver uma guerra-fria. Mais silenciosa e sem material nuclear, mas a disputa
é igualmente acesa. Rússia de um lado, Canadá do outro, reclamam a soberania de um território, o Árctico, que era até agora esquecido. Eis senão quando foram descobertos petróleo e gás natural, dois dos principais recursos enérgicos mais apetecidos. Calcula-se que nesta região estejam 13% do petróleo, e 30% do gás natural por explorar em todo o planeta, levando a que este fenômeno natural, se esteja a transformar num jogo geopolítico, e a fazer desta região objeto de cobiça por parte dos Estados que nela vêm um grande gerador de riqueza. O Árctico é a região do planeta que mais sofre com o aquecimento global, com o degelo, as vastas planícies que outrora eram intransponíveis, começam hoje a ser grandes canais de comunicação com o norte da América e da Europa. Em Um dos episódios mais significativos ocorreu há menos de dois meses, a 18 de Fevereiro, um dia antes da visita de Obama ao Canadá, 95 bombardeiros russos sobrevoaram muito próximo do espaço aéreo americano e canadiano. Este acontecimento levou o primeiro-ministro canadiano a alertar publicamente para o assunto: "estão a aumentar as atividades militares hostis por parte da Rússia no nosso espaço aéreo". O responsável classificou mesmo estas ações como "deploráveis". Recentemente, a Rússia tem desenvolvido uma política especial para o Arcaico, que visa explorar todos os recursos energéticos da região até 2020, mostrando assim que está disposta a ganhar esta "corrida ao ouro". Esta estratégia que passa pela criação de forças militares especializadas em garantir a segurança militar da região, foi aprovada a 27 de Março pelo presidente russo Medvedev, que diz que o Árctico é "a zona mais importante para o futuro da defesa russa". Como tal, Medvedev anunciou planos para estabelecer bases naquela região para assegurar maior, e melhor controlo sobre a região. No plano jurídico a Rússia está também ativa, ao preparar legislação que visa controlar a navegação nas águas do Norte. Agora que passou a ser mais fácil navegar com o aquecimento dos pólos, as companhias de navegação olham com muito interesse para a região, e a Rússia quer aproveitar-se dessa situação. Mas o Canadá que não quer ficar atrás, também já mostrou que está disposto a usar a força para garantir os recursos daquela região, tendo levado a cabo o seu maior exercício militar de sempre naquela região, e criando também uma base de treino militar, que visa aumentar o raide de ação das forças canadianas para o Árctico. No plano científico, o Canadá já gastou cerca de 40 milhões de dólares em Project os que visam à exploração dos fundos marinhos, com o propósito de encontrar cada vez mais fontes de energia naquela região, e as poder usar em seu benefício. Os EUA não podiam estar fora desta disputa, e durante a administração Bush foi aprovada uma série de documentos que previam a exploração daquela região com o propósito de aumentar a extração de recursos fósseis naquela região. A própria China, que não tem acesso direto às águas do Norte, já levou a cabo três expedições, a última que foi este Verão, planeia instalar sistemas de monitorização de fundos marinhos, mostrando assim que está também presente na corrida com os outros Estados. PETRÓLEO Calcula-se que cerca de 13% do petróleo por explorar em todo o planeta está no Árctico. Esta situação já levou vários Estados a começarem a corrida "ao ouro". Foram já levadas a cabo ações militares como prova de que estão dispostos a lutar pela posse dos recursos que ali estão por explorar. Algumas organizações ambientalistas, como a World Wildlife Foundation (WWF) têm alertado governos e empresas para a frágil condição daquele ecossistema. GÁS NATURAL Alguns cientistas estimam que os hidratos de gás da região do Árctico podem alimentar 100 milhões de lares durante dez anos. Também conhecido por 'gelo que queima', tem como fonte um gás natural que está contido nas placas de gelo do subsolo do Alasca e pode gerar potência em contacto com altas temperaturas. Com os recursos energéticos cada vez mais escassos, esta pode bem ser uma opção a curto prazo. |
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