quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

É BEM ASSIM MESMO!


Por Carlos Delano Rebouças


Vivemos, sim, uma sociedade de conhecimentos, onde impera o preconceito de se achar que uma profissão pode ser mais valorosa ou importante que a outra, nutrindo uma espécie de segregação de classes, muitas vezes definindo caracteres a partir das escolhas profissionais, seja por imposições da vida, seja unicamente por identificação

Somos todos "peças de um jogo", quem sabe, como um xadrez, em que nos movimentamos ou em sua função somos movimentados em busca do sucesso, no qual cada uma com sua devida importância. Um sucesso que não é de um só – de alguém ou de ninguém –, e sim de quem tem humildade de entender que o “nós” é bem melhor de se dizer.

Todos temos algo a ensinar, a agregar de alguma forma para o crescimento da sociedade, para a edificação de um outro ser que não necessariamente se enxerga pelo espelho do egoísmo.

Deixamos nossas marcas, nossos feitos, nosso legado, nossos ensinamentos. Valorizemos, portanto, cada profissão existente, sem jamais transferirmos nossos mais indomáveis sentimentos, esses mesmos que maltratam e machucam sem escolher a quem, apenas pelo simples fato de se enxergar diferenças.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Como vale a pena

É sempre bom falar da educação, melhor ainda de seus resultados, sobretudo, transformadores de vidas que nem sempre a reconheceram como importante.

Filosofando um pouquinho


Carlos Delano Rebouças



A famosa frase de Shakespeare, “Ser ou não ser, eis a questão! ”, presente na sua obra Hamlet, até hoje é repetida diante de tantas dúvidas suscitadas quanto ao comportamento humano, sobre como se posicionar criticamente em relação a uma atitude a se tomar, ou mesmo já consumada que permite tantas reflexões.

Há quem diga que a sua inspiração vem do famoso filósofo Sêneca, que pela sua ímpar capacidade de perceber a vida humana e a sua relação com o mundo, entendeu, por exemplo, que o homem precisa valorizar cada momento vivido quando disse: “Apressa-te a viver bem e pensa que cada dia é, por si só, uma vida”.

Contudo, Shakespeare com essa famosa frase também pareceu querer desmontar o pragmatismo aristotélico, desenhando ao mesmo tempo um homem puro e sonhador, cheio de desejos e contradições, sem máscaras que pudessem esconder a sua verdade, mesmo diante da espantosa condição demonstrada ao lidar com a realidade tosca de um mundo que convive tão naturalmente com o caos.

Reflexões filosóficas à parte, fato é que esse conflito reside indubitavelmente em nossa mente. Somos, aliás, estamos literalmente envolvidos nessa eterna batalha para descobrir o que realmente somos, uma condição de ser bem mais angustiante que a de estar, quando temos a certeza que podemos desviar o foco de nossa análise em meio a risos nada verdadeiros, que em nada correspondem a nossa verdade. Enganamo-nos para enganar, quando o maior e único ludibriado é somente nós. Permitam-me dividir essa condição com o uso do pronome.

Decerto, pode parecer desnecessário para muitos, para não dizer irrelevante, reservar o mínimo do tempo que temos na nossa vida para reflexões sobre o que na verdade somos ou como estamos no mundo; sobre a relação que estabelecemos com quem um dia, em um dado momento, acreditamos que seriam importantes para a nossa edificação como um ser, ora vazio de sentimentos, ora esgotado de tantos experimentados que um dia acreditamos serem verdadeiros, sólidos e únicos, e até enganosos, a ponto de cegar como se fossem um estimulante capaz de nos reduzir a nada em determinados momentos da vida.

Enquanto há vida, há esperança! A frase não seria bem essa, mas para não perder a oportunidade, que seja ela a nos levar a pensar (ou repensar) o que temos feito em nossas vidas que tanto pode estar nos enganando. O acordar deve sempre acontecer, para que se perceba algum sinal de alerta que aponte para a perda do amor próprio, que deve sempre ser priorizado, pois somente por ele, fortalecido, conseguimos equilíbrio suficiente para encontrar respostas na nossa vida.