Por Carlos Delano Rebouças
Às vezes paro e fico a refletir sobre os vários sentimentos existentes e desprezados, infelizmente, pelo homem, diante da oportunidade, aliás, inúmeras, que têm para senti-los por alguém. Na verdade, inexplicáveis em diversas situações e momentos.
Sentir alguma coisa por alguém não necessariamente significa o resultado de um contato, íntimo, com proximidades físicas e constantes que permitam a construção de sentimentos. Em muitos casos, descobrimos o que sentimos, ou mesmo, nasce um novo sentimento, inesperadamente, que nos leva ao questionamento: Por que estou sentindo isso por essa pessoa?
Tentamos encontrar respostas, que parecem inexistir. Mas o que de fato estou sentindo por esta pessoa? O que está me levando a sentir algo de bom em meu coração por alguém que não marcou em minha vida com atitudes memoráveis no aspecto positivo? Será que é pena...? Na verdade, o que sinto?
Queremos muitas vezes relutar por uma mudança interna que acontece na gente. Achamos que somos sempre reação, ou seja, no auge de nossa imaturidade reagimos à altura de como somos tratados; acreditamos que sempre somos justos e que estamos sempre certos. Se alguém nos maltrata, maltratada será e se alguém nos desgosta, desgostada também será. Alguém já ouviu do ditado “Olho por olho, dente por dente”?
Mudanças acontecem e até os corações mais duros podem não resistir, numa rígida batalha na manutenção ou mesmo, no aumento de um sentimento nada agradável por alguém, que em nada adianta, quando um sentimento bate mais forte no seu coração, diante da recusa de uma mente ainda contaminada, mas que começa a demostrar sensatez, esta, que eleva o homem na sua grandiosidade.
Enfim, inevitavelmente, sentimos. Demonstramos nossos sentimentos verdadeiros, e na sua esmagadora maioria, os bons. Passamos a sentir uma leveza no coração e na alma jamais sentido na vida. Olhamos para aqueles que outrora nutríamos um ódio, se assim sabíamos defini-lo, por exemplo, e agora, sentimos amor, ou no mínimo, um carinho especial, mesmo que seja ainda inexplicável.
Isso se chama, na verdade, evolução humana – que poucos conseguem entender e identificar quando acontece em suas vidas – e que faz do homem seu instrumento de transformação. Quem dera essa percepção tornar-se comum na humanidade, e com isso, estimular na propagação do bem, com o semear dos bons sentimentos, e no sepultamento, embora difícil, reconheço, de todos os sentimentos ruins, passivos ao coração humano.
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