Um Monte de Analfabetos de Canudo nas Mãos
Sabemos que
estamos numa nova era, a qual gerir o tempo é fundamental para o sucesso de
qualquer negócio, mesmo que esse negócio seja você.
Cresci sendo ensinado a somar, subtrair, multiplicar e
dividir usando a tabuada. Cresci
também aprendendo que escrever e ler bem se adquiria por dois caminhos: fazendo
ditado e lendo muito. Entretanto, esses ensinamentos ficaram para trás,
obsoletos e condenados por cientistas linguísticas, após reconhecer que se tratava
de um ensino mecanicista e preso a costumes tradicionais. Mas até que ponto
esses recursos prejudicaram a aprendizagem de tantos grandes nomes do nosso
passado não tão distante?
Chegou a era da informática, aliás, da tecnologia que
se avança, avança e avança... sempre, sem dar tempo, muitas vezes, de
acostumarmo-nos com as suas invenções. Com ela, equipamentos, instrumentos e
recursos foram criados para facilitar a vida das pessoas. Essa facilitação, na
visão deste humilde educador, pode ser confundida com retrocesso, isso mesmo,
retrocesso da nossa capacidade de pensar, de raciocinar e de evoluir, nas
ciências, sejam elas exatas ou humanas, não importa, aliás, importa muito, pois
reflete em perceptíveis resultados no nosso dia a dia.
Ninguém sabe mais realizar as quatro operações, mesmo
que sejam básicas; ninguém mais sabe calcular um percentual simples; ninguém
consegue ter decorado em sua mente pelo menos cinco números de telefone;
ninguém sabe mais escrever, pois não mais exercita a leitura e a escrita com se
deve. Isso é ou não é retrocesso?
Tem aluno que não quer mais escrever o que o professor
escreve no quadro. Prefere tirar uma foto do quadro, escrito pelo professor.
Até parece que vai ler. Fica na extensa memória do aparelho, infinitamente
maior que a sua curta e degenerada memória, não exercitada como se deve.
Mas o número de faculdades particulares no Brasil
cresce a cada dia. São tantas, que não falta emprego para as celebridades da
mídia ganhar dinheiro com propagandas, mentindo, seguindo um roteiro de
interesse, zelando pelo clientelismo. Essas faculdades muitas vezes não têm
critérios exigentes para selecionar através de seus vestibulares, a não ser, a
capacidade de honrar com o compromisso financeiro em dia.
Muitos universitários sequer sabem escrever. São
totalmente despreparados em todos os aspectos básicos da comunicação. Erros
gravíssimos que arrancam gargalhadas deles mesmos, como protagonistas de uma
tragicomédia 100% brasileira. Caso se tire o celular de suas mãos, apresentar o
resultado de 2 x 5, com certeza, 10 não será a nota final.
Mas isso não importa. O mais importante é o diploma, o
certificado, o canudo, mesmo que venha a servir para enfeitar a estante, a
mesinha do quarto, ou servir especialmente de base, ao lado de uma boa indicação,
para tirar do mercado, profissionais preparados.