Por Carlos Delano
Rebouças
Entre risos de
felicidades e lágrimas de decepção se constroem vitórias e derrotas no esporte
e na vida. De vez em quando as lágrimas de tristeza se confundem com as de alegria,
quando, incontestavelmente, significam o resultado de uma duradoura batalha
iniciada desde sempre.
Para muitos, essa
batalha pela sobrevivência sempre foi de muito tempo, começando numa infância
recheada de dificuldades. A fome e a miséria sempre foram os maiores adversários.
Impiedosos, parecem oponentes invencíveis nessa batalha pela sobrevivência em
um mundo que não define categorias.
Inúmeros são os
países que participam dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. São tantos que
sequer sabia o nome, muito menos, a qualidade de vida e o suporte dado aos seus
representantes. Alguns deles, principalmente as grandes potências, parecem
tratar seus atletas como se fosse um diamante, aliás, uma medalha de ouro já
conquistada. O time de basquete dos Estados Unidos, por exemplo, que não me
deixe mentir. No hipismo, até os cavalos têm tratamento de rei. Valem fortunas
que muitos pequeninos países, que desfilaram com a sua humildade na festa de
abertura, não conseguem mensurar, quanto mais, imaginar a diferença que fariam
na vida de tantos conterrâneos que vivem numa miséria absoluta.
Como foi bonita a
conquista da Rafaela Silva: menina sofrida, de uma comunidade pobre do Rio de Janeiro,
que carrega na mente e no coração lembranças e mágoas de muitos sofrimentos, e
que aprendeu a reverter todas as adversidades em sua vida. Hoje, com o apoio de
poucos, representa a Marinha do Brasil e conquista a medalha de ouro no judô,
que escapou de suas mãos em Londres, por um descuido maroto.
Assim nasceu um
campeão. Muito mais da vida que do esporte. Rafaela é símbolo de luta e
perseverança, e, certamente, servirá de motivação para muitos outros
brasileiros tão sofridos quanto ela.
Sabemos que sua
imagem já foi e será ainda muito explorada, até que não venha outro atleta
nesses jogos olímpicos a conquistar a tão desejada medalha de ouro e dividir
com Rafaela as honras de herói de um país carente de ídolos. Mas, certamente,
não acredito que venha a ter outro atleta na delegação brasileira com uma
história de vida tão bonita, que melhor justifique suas lágrimas e sua alegria
por uma conquista.
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