domingo, 3 de junho de 2018

MEUS SONHOS PERDIDOS



Carlos Delano Rebouças

Pode parecer impossível de acreditar que o comportamento humano se mantém inerte ao longo do tempo para muitos que demonstram acreditar que nada preocupa quanto ao futuro, muito menos em relação a um presente que não poupa momentos difíceis na condução de suas vidas. É a pura demonstração de conformismo misturada a uma postura sem perspectiva, e porque não acovardada, diante de uma realidade que até dá mostras de cruel e injusta, mas que permite, com sapiência, lutar por uma melhor condição de vida.

O mesmo pai que educa o seu filho, hoje, que acredita que a sua maneira é a insuperável fórmula do sucesso, na certeza de que é perfeita e infalível porque assim foi educado pelos seus pais, em muitos casos não demonstra bom senso em aceitar que precisa fazer uma urgente reflexão sobre a educação que vem dando ao filho, em relação à maneira como se comporta em sociedade, bem como a uma forma mais ponderada de reagir diante das transformações que o mundo passa em todos os aspectos, os quais nos influenciam a ponto de nos lapidar conforme as necessidades que o mundo exige e cobra para uma ideal convivência.

Diante dessa compreensão de que se faz necessário um perfeito alinhamento no processo de formação dos filhos envolvendo pais, família, escola, comunidade e sociedade como um todo, sem tempo a perder, avaliemos a postura discente no ambiente escolar, como um dos pilares da formação humana no qual o aluno desenvolve conhecimentos em busca de se encontrar com a condição planejada em parceria com seus interesses, bem como de sua família também, levando em conta as oportunidades que o mundo oferece. Contudo, nem sempre os interesses caminham numa via de mão única, e quando falta o desenvolvimento de um projeto de vida, somado ao desejo imediato de satisfazer bem mais as vontades, estas ordenadas pela vaidade do homem em meio a uma sociedade que induz o desejo de ter, de consumir, logo surge a quebra do compromisso com um futuro melhor, esse mesmo que outrora alimentava o sonho de criança, bem como de pais e responsáveis, o de fazer diferente do que foi feito por eles.

E sem demora nasce um novo homem, aquele que acredita que tudo é fácil e que deve funcionar da maneira na qual acredita ser a certa. Seus sonhos são sepultados e lembrados saudosamente apenas quando se depara com um vencedor, quase sempre aquele que foi tachado como o certinho da turma, o mesmo que não acreditava perder tempo por se comportar diferente da maioria, que dá seu testemunho de perseverança e obstinação, e que nem por um efêmero momento sequer desperta uma pontinha de inveja que o leve a pensar que poderia ser o protagonista de sua história de vida.

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