quinta-feira, 17 de maio de 2018

PROJETO DE VIDA


Carlos Delano Rebouças

Projetar o que queremos para a nossa vida, em cima dos nossos interesses, pode ser visto como algo extremamente importante para o que idealizamos, para o fim dos nossos dias.

Ninguém vive por viver, ou seja, sem um sonho, um desejo, sem vislumbrar uma diferente situação futura, uma melhor condição de vida para o dia de amanhã. Há quem diga que excluídos da sociedade até podem não alimentar essa expectativa, vivendo cada momento, como se fosse único, seja com drogas, bebidas ou um pedaço de pão, doados, consumidos imediatamente, como são suas vidas. Porém, fazendo uma investigação mais profunda, conhecendo-os mais de perto, vemos que têm seus sonhos, mas não estabelecem metas para conquista-los, ou, não se esforçam para concretizá-los, caindo de vez no conformismo.

Mas nem sempre, para excluídos da sociedade, o seu sonho de um futuro melhor cai no esquecimento, perdendo-se no tempo. Muitos mudam completamente de vida, voltando a ter a vida que tinham ou mudando para melhor, enxergando na vida que tem no momento, um combustível para as transformações.

Quem não conhece ou já ouviu falar de morador de rua que foi morar em abrigos públicos, decidiu trabalhar, estudar, chegando a se formar, constituir família, até mesmo com outro morador de rua, tocando uma vida bem diferente da vida que levava, tornando-a harmoniosa, próspera e mais feliz? Assim se constrói uma nova trajetória de vida, mediante um planejamento.

Para planejar uma vida, sob os moldes da prosperidade e felicidade, faz-se necessário esclarecer os objetivos que quer para a sua vida, seja para o lado pessoal, profissional, espiritual, financeiro, social, ambiental, não importa, desde que estejam bem definidos. Esses objetivos precisam ser buscados sob o estabelecimento de metas, primordial para o alcance do sucesso.

O mundo globalizado pode ser visto como uma ferramenta de forte influência na elaboração de um projeto de vida. Ele oferece diversas condições para que o homem desenvolva seus interesses, incidindo diretamente nas decisões tomadas e a serem tomadas, dando-lhe condições de se desenhar e se pintar o mundo sob as mais diferentes formas, conforme são enxergadas, que até mesmo, permitem mudança de rumos em sua vida. O mundo globalizado pode ser o fiel da balança na hora de definir um projeto de vida.

Fato é que independente das influências modernas - de um mundo que não para de se transformar, com o homem se postando ativo e passivamente no processo – tudo deve acontecer de forma planejada, trabalhada, em busca de concretizar objetivos. A razão deve sempre prevalecer sobre a emoção, pela crença que para tudo se tem consequências, e que se a colheita não for a esperada, muitas vezes não se pode voltar atrás.

Assim, acreditemos que desenvolver um projeto de vida seja muito mais que estabelecer metas e objetivos para se alcançar o sucesso tão desejado e sonhado, e sim, que represente também uma melhor forma de se relacionar com o mundo, com o que tem a oferecer, servindo de estímulo para a idealização de sonhos, comuns e coletivos, mas, harmoniosos, sobretudo, com respeito às partes envolvidas.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

REFLITA


DICA DE PORTUGUÊS


A BOA ESCOLA E O BOM PROFESSOR



Carlos Delano Rebouças

Qual é o bom professor para o aluno? Quem recebe aplausos e gritos de “Você é o cara!” ou “Você é o melhor professor que já tive na vida!”?
Antes de responder tais indagações, temos que nos atentar para os conceitos que possuímos sobre educação – sobre a importância que a damos – necessária de ser edificada desde a base familiar, esta que, inevitável e intimamente, exige outras necessidades, sobretudo à disciplina, fator que tanto incomoda as pessoas na sua maioria.
Muito fácil agradar ao aluno com uma performance circense, artística e conveniente, fechando os olhos para a verdadeira necessidade de se comprometer com a sua ideal lapidação para a vida, não somente com vistas a aquisição de conhecimentos, mas também na formação de um cidadão – na verdadeira acepção da palavra, conhecedor de seus deveres e direitos, ético, honrado – digno de ser tratado como tal. Muito fácil ser um “showman” em sala de aula, bem mais preocupado em promover a sua imagem de “tiozão”, para depois checar nas redes sociais a sua popularidade, que simplesmente adotar uma postura de menos estrelismo, mais focada na melhor formação do aluno.
“Mas é o que resta para o professor”: respondem muitos que vestem essa carapuça. “É ser criativo, e isso é que o aluno deseja de um professor”: assim dizem outros. Ah! O aluno adora tudo isso, de verdade, mas será que supre a sua necessidade de momento para um futuro melhor? Será que surtirá os efeitos plenamente necessários para um mundo cruel e injusto nas suas cobranças? Viva ao professor que sabe executar as duas funções com mestria! Parabéns aos alunos e à escola que tem em seu excelente professor um grande artista! A escola tira o chapéu para você, polivalente profissional, já que para ela o que vale é o sorriso no rosto do aluno, não é?
Pena que a escola não está com essa preocupação, aliás, a única que existe é de manter-se forte na disputa pelo aluno – aquele que paga e que pode ser fisgado pelo concorrente – esperando dele somente resultados que possam engrandecer a sua imagem de mercado. Assim funciona o clientelismo nas escolas privadas do Brasil.
Certo tempo, diariamente, costumava passar em frente a uma grande escola de Fortaleza, renomada, e uma coisa me chamava atenção: via logo na sua entrada, após as catracas de acesso, um batalhão de coordenadores recepcionando alunos com abraços, beijinhos e votos de bom-dia. Gostaria muito de saber se fosse numa escola pública se fariam isso. Certamente que não, pois reside aí a diferença de tratamento que muitas vezes se estende à sala de aula com o professor que lá recebe o aluno diariamente.
O professor de uma escola dessas sabe que muito mais que repassar conhecimentos ao aluno e contribuir para a sua formação humana e social, precisa ser a extensão da escola em sala de aula, agradando-o de todas as formas, para receber tapinhas nas costas nos corredores e quem sabe, no dia de sua avaliação, ser bem pontuado e ter seu emprego garantido. Ao final, tudo fica uma beleza, ou seja, escola e professor bem conceituados na opinião mal edificada do aluno sobre os verdadeiros conceitos de educação de qualidade.
E essa roda viva da educação no Brasil permanece e continua a girar diante dos interesses divergentes. Infelizmente temos que nos acostumar com isso, pois não vemos a mínima possibilidade de mudanças. A escola continuará enxergando o aluno como a sua maior fonte de riqueza; o professor continuará sendo o maior artista circense da sala; e o mundo também continuará sendo esse imenso palco das desilusões, resultantes de uma educação mal desenvolvida, embora não pareça para muitos, pois o que mais importa é o título que carrega.