domingo, 29 de janeiro de 2017

FLORBELA ESPANCA: SÍMBOLO POÉTICO DO MODERNISMO

Florbela Espanca foi batizada como Flor Bela Lobo, e que optou por se autonomear Florbela d'Alma da Conceição Espanca, foi uma poetisa portuguesa da escola modernista na sua primeira fase.


A sua vida, de apenas trinta e seis anos, foi plena, embora tumultuosa, inquieta e cheia de sofrimentos íntimos que a autora soube transformar em poesia da mais alta qualidade, carregada de erotizaçãofeminilidade panteísmo (identificação total entre Deus e o universo).
Um de seus mais belos poemas é Fanatismo, que inclusive o cantor cearense Fagner gravou com muito sucesso.



Fanatismo


Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!


Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!


Tudo no mundo é frágil, tudo passa...
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!


E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!..."

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