segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A GRANDE FAMÍLIA QUE RETRATA A REALIDADE


por Carlos Delano Rebouças

A Grande Família da rede Globo, semanal que fez parte da nossa vida por tantos longos anos, retrata uma realidade comum da vida de todos nós, brasileiros comuns, com os mesmos vícios e costumes.

Lineu há anos sempre daquele jeito, certinho, correto, incomodando com o seu jeito de ser. Funcionário público raro nos dias de hoje. Já a Dona Nenê - a mãezona típica de uma realidade que conhecemos bem - é a típica dona de casa, que visa sempre zelar pela paz e a harmonia em família. Faz lembrar outra Dona Nenê que fez e faz parte de minha vida. Saudades, minha sogra!

Lineu e Nenê são na verdade dois personagens que fazem, ao lado dos filhos e neto, e do genro Agostinho, além de todos os seus vizinhos de bairro, comparar nossas vidas, real e fictícia, confundindo-nos, e levando-nos a entender que somos bem parecidos, aliás, totalmente parecidos em todos os aspectos.

Mas que figura é esse Agostinho, gente! Alguém tem ou queria ter um cunhado ou genro desses?

Brigamos em família e discutimos em sociedade, até ficamos ressentidos e, às vezes, intrigados. Faz parte, mas na verdade são comportamentos típicos de uma família brasileira, com todas as qualidades e defeitos possíveis e aceitáveis.
  
Muito feliz o idealizador do programa, não acham, em identificar com tanta felicidade tantos tipos comportamentais de nossa sociedade, fazendo-nos rir de suas atitudes, que também são tão nossas?

Mas que saudade do ‘Seu Floriano, ou simplesmente, Seu Flor, personagem do grande Rogério Cardoso. Fez o brasileiro rir tanto de um avô tão diferente de muitos que existe neste Brasil, sofrido, explorado, abandonado, que só chora e faz quem tem dignidade, chorar. Quem não gostaria de ter um avô como ele?

Essa grande família briga muito, desentende-se demais, mas não mexa com um deles, que logo se unem na defesa daquilo que mais os unem: o amor. Não admitem que venham desrespeitar um de seus membros, mesmo que seja o Agostinho ou o Tuco,  aparentemente acomodados, mas vistos como ‘gente boa’ e de  “grande coração”.

Essa família Silva é de fato uma ‘grande família’. Acolhe tanta gente no seu convívio. O Beiçola e o Paulão que digam. Podem dizer que são como parte dela. Alguém tem alguma dúvida?

Assim somos nós, também. Brigamos, unimo-nos, choramos e sorrimos, sempre, rotineiramente, na certeza de que se não for assim, não é família. Precisamos entender e compreender que funciona assim mesmo, independente da intensidade. Também é necessário que tenhamos sabedoria e domínio de nossas ações, atitudes, para que não extrapolemos os limites, a fim de que possamos depois, rever, relembrar as situações vividas e quem sabe, dar aquela gargalhada.


Vamos identificar quem é o Lineu, Dona Nenê, Tuco, Bebel, Agostinho, Floriano, Seu Floriano (avô), Florianinho (neto), Paulão, Beiçola e tantos outros, menos conhecidos, porém, nem tão menos importantes, nas nossas vidas? Não seria difícil, pois somos uma grande família, sim, e se olharmos e analisarmos bem, com os mesmos comportamentos, dignos de um filme ou programa de TV. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário