sexta-feira, 18 de novembro de 2016

DRIBLANDO A CRISE COM O MARKETING PESSOAL



por Carlos Delano Rebouças

Em um cenário de crise que assola o País, resultando em milhões de desempregados e na queda das atividades daqueles que trabalham autonomamente ou na informalidade, cuidar da imagem parece que se tornou o único caminho para manter-se vivo, ao aguardo de novas oportunidades.

Antes, quando não existiam internet e seus recursos de interação por meio das redes sócias diversas, havia, somente, poucas possibilidades de propagação de nossa imagem no mercado, como uma alternativa para dizer: “Eis-me aqui, como meus conhecimentos e minhas habilidades, pronto para ser absorvido pelo mercado”. Os caminhos eram restritos aos classificados de jornais, cartões de visita e panfletos, bem como aos currículos e ao chamado “boca a boca”.

Hoje, aliás, de alguns anos para cá, surgiu a internet. Com ela, diversos recursos a cada dia são desenvolvidos para que possamos evidenciar a nossa imagem. Por e-mail, mantemos contatos com pessoas, enviado mensagens que permitem interpretações mediante a sua leitura, quando esta obviamente é feita. Muitas vezes são delatados numa simples análise do assunto.

Outros recursos cibernéticos são as redes sócias. Estes, bem mais fecundos em seus resultados pelo alcance nas mais diferentes classes sócias, embora possam também, quando mal utilizadas, ser um instrumento destrutivo imagético, de poderio fulminante, capaz de não permitir uma nova e verdadeira concepção de uma reputação na sociedade.

Saber usar as redes sociais como um recurso para fortalecer uma imagem, ou seja, para difundir positivamente uma reputação na sociedade, pode ser visto por muitos como um fator primordial no atual cenário corporativo, seja na condição de ativo no mercado de trabalho, seja na condição, principalmente, de postulante ao seu retorno. É realizar uma atividade contínua e sistemática de evidenciar o seu lado profissional, em paralelo ao pessoal, pois um complementa e compromete o outro, numa divulgação sábia e inteligente de tudo que nos envolvem, por meio de relatos, registros de momentos, opiniões e, até mesmo, pelas pessoas que fazem parte do nosso convívio social. É, em muitos momentos, sorrir, mesmo que se tenha vontade de chorar.

A estratégia do sorriso nas redes sócias, sobretudo, quando acompanhado de textos e imagens complementares ao que deseja perpetuar pode funcionar positivamente na otimização da sua imagem no mercado. Nem todo mundo sabe da sua realidade, e, dessa forma, tem a oportunidade de vender seu produto principal, que se chama você, de forma alegre e descontraída, construindo ou mesmo reconstruindo a imagem de uma pessoa feliz, contente e realizada com o que vem fazendo, embora a realidade seja bem diferente. Isso é o que muitos fazem, é verdade, mas não podemos definir como uma atitude desonesta que permite enganar e enganar-se. Bem longe disso.

Há que diga que ninguém precisa saber o que realmente passamos, quanto mais, milhares delas por meio das redes sociais. Embora existam esforços de muitos, que pode até parecer um marketing pessoal por vias contrárias e questionáveis, para que seus momentos delicados sejam de conhecimento público, por acharem que somente assim poderá surgir alguém que lhe estenda a mão. São atitudes ora pensadas, ora desesperadoras, que alguma consequência terá, pois tudo que planta colhe, mesmo que seja nada.

Independentemente de nossas intenções, e, enquanto a crise que insiste em permanecer viva na nossa economia não anuncia o seu fim, continuemos a fortalecer a também fragilizada imagem que possuímos no momento, usando, ponderadamente, as redes sociais como o mais importante recursos de marketing pessoal, na certeza de que novos ares, logo, respiraremos, ensaiando o discurso de que vencemos mais uma batalha de sobrevivência.

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