segunda-feira, 29 de agosto de 2016

O OLHAR POLÍTICO SOBRE O CIDADÃO BRASILEIRO

Autor: Carlos Delano Rebouças

Não diferentemente dos anos anteriores, ao longo da história do país, candidatos e partidos políticos partem em busca de seus objetivos, direcionando todas as suas atenções à conquista de votos. E o cidadão brasileiro, eleitor, é o alvo principal.

Dizem que propaganda política nunca se deixa de fazer, ou seja, que partidos e políticos sempre estão em campanha, na manutenção de suas imagens, fortalecendo-se junto aos seus eleitores, e em busca de muito mais. Tudo isto acontece porque no Brasil a cada dois anos, realiza-se um pleito, e diante disso, não podem cair no esquecimento da sociedade, por hipótese alguma.

Na prática, muitos deles, principalmente os legisladores, afastam-se das comunidades, das cidades e das regiões, e ficam somente, seus assessores dando, mesmo que de forma reduzida, bem diferente dos períodos de campanha, a atenção necessária. Passam a atender necessidades básicas, aquelas que o cidadão acredita ser inerente ao político que ajudou a eleger.

Contas de água, luz, emprego, condução, passagens de ônibus, óculos, dentaduras, remédios, dentre outros, são os pedidos mais comuns, e ninguém duvida que em parte, são atendidos. Os políticos sabem que é assim que funciona a relação com o eleitor brasileiro. Enxergam que com a força do dinheiro, um belo sorriso no rosto, um aperto de mão e um abraço, conseguem a princípio conquistar sua confiança e depois o seu voto.

Compra de votos em qualquer parte do Brasil, de acordo com a sua legislação, é tida como crime eleitoral. Determinadas situações, principalmente aquelas confirmadas como “boca de urna” redundam imediatamente em prisões. Não estamos aqui afirmando que isso acontece de fato. Porém, alguém consegue desconhecer que uma camisa ou boné presenteado, uma feijoada oferecida, um coquetel em uma reunião, uma oportunidade prometida não são vistas como compra de votos? Estas são as lanças atiradas ao alvo principal, maior, mais interessante, que é o eleitor.

Hoje, quando vemos candidatos fazendo promessas absurdas, mirabolantes, obviamente, os mais conscientes quanto aos seus direitos e deveres de cidadão, como também, esclarecidos culturalmente, logo dão risadas, por entender o quanto acreditam ainda que o seu eleitorado é fácil de ser enganado; Que por muito pouco, são ludibriados, ajudando-os na conquista de seus objetivos.

Contudo, acredita-se que essa situação pode mudar – que o eleitor se transforme num alvo não tão fácil – apesar de não existir investimentos para isso. O povo se aliena cada vez mais, e até demonstra está mais consciente politicamente, pela rebeldia, mas que na verdade, é um reflexo típico de uma sociedade bem distante da compreensão do que é democracia.

Que um dia deixemos de ver tantos cidadãos brasileiros, figurinhas carimbadas de tantas eleições, com bandeiras e panfletos nos mais diferentes e movimentados cruzamentos do país, escravizados, sob uma baixa remuneração, expostos ao sol, ratificando-se ano a ano, por gerações, como vítimas de um sistema.  

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