sexta-feira, 15 de julho de 2016

O PREÇO DA EDUCAÇÃO

De: Carlos Delano Rebouças


Por que estudar tanto se não tem emprego? Essa pergunta, infelizmente, é constantemente feita por pessoas que tentaram buscar na educação uma forma de construírem seus futuros profissionais e nada conseguiram.

Pessoas que têm no Sr. Antônio da padaria, que mal sabe assinar o seu nome e que tem uma leitura de péssima qualidade, a certeza de que o profissional bem sucedido não precisa estudar tanto para dar conforto a sua família; ou escutam dizer que o filho do Sr. Luís do açougue, que está vendendo confecções no interior do estado, já conseguiu comprar o seu carro novo, ao contrário do professor do seu filho, que está lutando há 12 anos para comprar um carrinho financiado e, se Deus quiser, um dia vai conseguir.

Vivemos num mundo de oportunidades, cuja escassez se justifica pelo meio social a qual a pessoa está inserida. Pessoas bem relacionadas têm mais chances de serem indicadas para trabalhos, que o filho de um favelado, que se formou com tantas dificuldades numa universidade pública e que tem entre seus amigos, pessoas socialmente excluídas. O pobre sem instrução, que foi criado sem conhecer o valor da educação, jamais irá incentivar um membro de sua comunidade para ir à luta em seus propósitos, pois, para ele, o imediatismo predomina, ou seja, é melhor fazer um trabalho braçal que lhe renda uns trocados a perder tempo nos bancos das escolas.

Embora a realidade seja essa - que a educação como independência profissional seja preterida nas camadas mais baixas da sociedade e que os políticos estejam se isentando de suas responsabilidades como gestores públicos - ainda acredito na mudança deste quadro tenebroso que toma conta no nosso país.

 Enxerguemos a educação como realização pessoal e acúmulo de conhecimentos, que, certamente, novas portas serão abertas para o caminho do sucesso, com um horizonte ainda maior que o daqueles que desacreditam no poder do conhecimento.
 


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