quinta-feira, 28 de abril de 2016

A CANETA


Por Carlos Delano Rebouças

Parei para pensar sobre a importância da caneta em nossas vidas. O que um instrumento tão insignificante para alguns, pode ser tão importante para outros?

Um dia nem mesmo era uma esferográfica. Simplesmente uma ponta sedosa de pena, molhada à tinta, que servia para registrar momentos e deixar marcas inapagáveis na vida e na história.

Na verdade ela é parte integrante de nossas vidas. Às vezes, quem sabe involuntariamente, mas sem deixar de enxergar como oportuna, salva vidas e vira o assunto da vez. Não aquelas que por natureza, servem como instrumento de estudo, abrindo caminhos importantes para a edificação humana e profissional. Falo de casos já vistos tantas vezes, quando serviu de escudo, salvando o seu portador que a transportava no bolso esquerdo do peito, desviando um projetil, que insistia em atingi-lo.

Quantos fatos e histórias existem sobre a caneta. Sempre alguém tem em mente um fato a contar. Ei-la como protagonista maior.

Quando escrevemos, em meio a uma atenção total, devida e respeitada, demonstramos atitudes comuns, do tipo que se pode afirmar: “Eu também faço isso”. A caneta parece uma batuta, daquelas que os maestros usam no seu ofício de orquestrar. Também se transforma num mordedor, que segura as rédeas da ansiedade, ou mesmo, um recurso para retirar a sujeira das unhas. Ah! Quando surge aquela coceirinha no ouvido, logo a sua tampa passa a ter uma utilidade além daquela de proteger a esfera por onde se liberai a tinta, e transforma-se, improvisadamente, em hastes flexíveis, popularmente conhecidas como cotonetes.

Mas sem esquecer a verdadeira função da caneta, desmerecendo as suas utilidades, o fato é que também significa um identificador social. Isso mesmo, um instrumento que define quem é quem numa sociedade em que se conhecem preços, desconhecendo valores.
Canetas são produzidas em larga escala pela indústria. Outras carregam consigo a marca de uma história, com produção limitada, com preço tão equiparado quanto ao seu valor e a sua imagem de mercado. Às vezes, tão caras que se tornam presentes sofisticados, como uma joia valiosa. A caneta tem valor.

O valor de poder reproduzir pensamentos, ideias e emoções. O valor, também, de estreitar relações, pertinentes a serem quebradas, também pela razão. Ela escreve os sonhos, os desejos, e até cartas de amores. Faz rir e chorar, e por vezes, divide o papel com as lágrimas que insistem em descolorir a sua escrita. É inquestionavelmente um instrumento comum a todos, intrínseco em nossas vidas, e que na sua ausência e por necessidade, logo permite indagar: Alguém tem uma caneta?

Tenho várias, que escrevem de diferentes formas e em diferentes cores, ideais para cada situação. Esta, oportuna para reconhecer o seu valor e a sua importância, mesmo que passe na vida de muitas pessoas sem ser percebida pela sua grandiosidade.

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