sexta-feira, 4 de março de 2016

A FESTA ACABOU, E VIROU, INFELIZMENTE, A CASA CAIU


Por Carlos Delano Rebouças

A educação de hoje, incontestavelmente, parece muito diferente de gerações passadas, e não precisa ir muito longe, basta-nos voltar duas ou três décadas para ratificar essa afirmação.

Alguém pode dizer que os filhos de hoje são mais difíceis de serem educados. Há que diga que são os pais que são mais complicados. Sei lá, fica uma dúvida tão grande quando entendemos que a educação é mutua e o mundo media este processo.

Independentemente das dúvidas suscitadas, é quase unânime a crença que educar filhos no dia de hoje é algo muito difícil por diversos aspectos, afora, a culpa atribuída aos dois (pais e filhos) dos diversos atores desta tragicomédia da vida.

Mas o que pode dificultar tanto esse processo? Será que está mesmo tão difícil concorrer com o mundo nesse processo, quando este é visto não como mediador e sim, como educador? Ou somos nós, pais e responsáveis, que estamos falhando, omitindo-nos em diversos aspectos, e, irresponsavelmente, transferindo a culpa e escapando pela tangente?

São perguntas que parecem não ter respostas, mas, diante de uma reflexão sensata, não falta firmeza em apresentar as respostas. Precisamos entender que absolutamente estamos falhando na seleção das prioridades, na definição das metas e objetivos comuns para a entidade família. Prevalece os interesses particulares, construídos pela vitrine de um mundo, nosso, único, exclusivo, que toma conta de nossa mente, do nosso coração, e que nos torna egoístas ao ponto de pensar em quem não nos pediu a vir ao mundo, mas, acredita ser de nossa responsabilidade ajudar na sua educação.

As crianças não têm culpa de estarem sendo criadas para um mundo cada vez mais individualistas. Estão se tornando cada vez mais jovens e adultos distantes da compreensão sobre aspectos como fraternidade e igualdade, além de confundir o que é ter liberdade. São lemas importantes, que se perdem na memória e no tempo, como a cor dos cabelos que se tornam brancos na velhice despreparada da vida.

Quantas crianças, como eu, na minha infância, ouviu a mãe dizer, à noite, quando brincávamos com os amigos, depois de uma festinha de aniversário: “Vamos, menino, entra, que a festa acabou.” Baixávamos a cabeça e nos despedíamos dos amiguinhos, mesmo a contragosto, e entrávamos em casa para dormir.
Hoje, infelizmente, muitos jovens mal orientados na sua educação e formação, estão ouvindo, mas, da polícia, a seguinte frase: “Bora, vagabundo! Bora que a casa caiu”.

Pequena frase, esta última, além de forte e pesada, não acham? Pai nenhum gostaria de ouvir?

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