quinta-feira, 30 de julho de 2015

GERUNDIANDO A VIDA



Por Carlos Delano Rebouças

A principal característica do gerúndio é que ele indica uma ação contínua, que está, esteve ou estará em andamento, ou seja, um processo verbal não finalizado.

Na vida, muitas vezes nos conduzimos assim – quase sempre com projetos inacabados – seja no âmbito pessoal, seja no profissional, e que podem sem temporários ou definitivos, dependendo muito da atitude dos envolvidos.

A terminação “NDO” é a mais fácil identificação de um termo no gerúndio, independentemente da conjugação verbal. Realizando, querendo ou agindo são exemplos clássicos e pertinentes para exemplificar a forma nominal dos verbos em questão, sobretudo, quando passa a agregar bem mais características de substantivos, adjetivos e advérbios, com a perda de seus traços de verbo, por não flexionar quanto ao tempo e modo.

Gerundiar na vida parece esquisito, tanto quanto entender o processo de formação de palavras. Neste caso, a derivação imprópria, quando houve a transformação de um substantivo em um verbo, numa mudança de classe gramatical, que semanticamente, em nada interfere no sentido deste texto, que trata de transformações na vida.

Na vida, o ato de gerundiar, de estendê-la vê-la continuamente nas suas ações é muito mais que isso. Na verdade trata-se do ganho de um tempo, que o gerúndio sente a orfandade, e que de modo algum pode garantir um final feliz e esperado.







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