domingo, 31 de maio de 2015

INVESTIMENTOS NA EDUCAÇÃO QUE VÃO SOMENTE ATÉ A PÁGINA TRÊS


Autor: Professor Carlos Delano Rebouças

Sempre ao longo da história do Brasil, ouvimos daqueles que se dizem representantes públicos, especialmente no período pré-eleitoral, as mais diversas e absurdas promessas para o melhoramento da educação do povo brasileiro.

Comparando com um livro, destes que atendem as orientações da Associação Brasileira de Normas Técnicas, ABNT, a qual apresenta orientações para que em qualquer composição literária, escrita, exista um prefácio, dentre outros elementos, e a educação brasileira nos discursos políticos permite-nos uma interessante analogia com este elemento.

Prefaciar é apresentar o conteúdo que será abordado na obra, de forma resumida, mas rico em detalhes importantíssimos para atrair as atenções dos leitores. Apresenta a abordagem que será dada, mas de forma sucinta, em cada capítulo, para que seja vislumbrado pelo leitor, mesmo que seja na visão de terceiros, uma expectativa positiva sobre a obra.

Sobre a definição de prefácio, acreditamos não ter mais alguma dúvida, tanto, que serve para usá-la na comparação com os investimentos feitos na educação brasileira. Nossos políticos parecem mesmo manter a beleza e a importância da educação somente no prefácio de suas propostas políticas, mas diferentemente das orientações técnicas da ABNT, bastante prolixo nas suas argumentações. São belos discursos, trabalhados, onde tudo é fácil, belo e alcançável. Tudo bem trabalhado, elaborado, mas que na verdade, não passam da página três, predominando a decepção de um povo que já está cansado de ler tantas páginas de enganações.

Mais interessante é que este livro da realidade da educação brasileira apresenta, sempre, duas conclusões: uma descrita previamente pelos condutores do nosso país, que até parecem ter definido o mesmo discurso, sempre, orquestrando seus argumentos nada convincentes, contrários à realidade do nosso país; e outra, apresentada pela grande parte de nossa população, menos favorecida, vítimas do sistema, que a cada dia, a cada instante, mostra a sua indignação com o descaso dado pelos políticos brasileiros à nossa educação, apesar de serem apresentados números positivos quanto a sua evolução.

 Ainda tem brasileiro, poucos, sim, que valoriza a educação e a identifica como necessária para a evolução do país, e que reconhece que é dever do estado e dos políticos, nossos verdadeiros representantes públicos. Nem tão menos que nós, cidadãos, devem os gestores públicos cuidar de seus interesses na mesma proporção que os interesses da sociedade, mesmo que sua evolução cultural seja uma arma contra suas pretensões.

A educação no Brasil precisa não somente ter uma bela capa na sua apresentação pelos políticos, nem tão pouco, um belo resumo de apresentação no seu prefácio. Precisa, sim, de vários capítulos, em várias páginas, que venham a torná-la menos teórica e mais prática, sem restrições, encerrando na página três de sua vida, que tanto necessita ser apreciada com sucesso até a página final.

Como diz Sêneca: “A educação exige os maiores cuidados, porque influi sobre toda a sua vida”.


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