segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

CONFUSÃO DE VALORES


CONFUSÃO DE VALORES
Por Carlos Delano Rebouças

Deixando a sensatez sob a responsabilidade de avaliar a nossa conduta, em sociedade, não tem como não nos envergonharmos, isso mesmo, com tudo que estamos fazendo para confirmar a nossa mediocridade.

O homem a cada dia apresenta provas que justificam todo o seu investimento para a sua insignificância. Aliás, demonstra-a em atitudes reprováveis todo esse esforço, desconhecendo valores humanos, ao invés de valorizá-los bem mais do que os materiais, pelos quais tanto luta, achando que com ele, a sua felicidade está garantida.

Mas nem sempre é assim, ou seja, nem sempre a conquista material com o sepultamento de valores humanos representa o encontro com a felicidade, mesmo com a perda de uma vergonha em defender determinadas teses as quais a sociedade já começa a aceitar como aceitáveis. Quem sabe, represente uma falsa ilusão, daquelas que o encosto da cabeça em seu travesseiro, ao dormir, já não é suficiente para uma reflexão, para tirar o peso de uma consciência que não se tem mais.

O homem se torna inescrupuloso a cada dia, Dar provas que para concretizar suas vontades, seus desejos, não mede esforços. Acredita que num mundo em tudo vem acontecendo normalmente, mesmo que não seja o natural, qualquer atitude pode e deve ser compreendida como adotável.

Assim estão vivendo as pessoas neste nosso mundinho de meu Deus, desenvolvendo novas regras, impondo-as, e que se danem as opiniões contrárias e seus argumentos. É desta forma que funciona e temos que aceitar.

Prefiro manter-me no meu conservadorismo, que reluta defender determinados comportamentos humanos, honrosos, em continuar desenhando um homem puro, digno e verdadeiro, ou pelo menos, na busca deste perfil, no auge de sua humildade de entender que é falho. Escolho ainda ser um cidadão do mundo que entende que podemos nos edificar, não somente como homens, mas também, em conquistas materiais, sem que estas signifiquem a maior importância nas nossas vidas, sem corromper valores humanos, respeitando o próximo, dando o devido direito de escolha, como também, jamais contrariando os ensinamentos divinos, pela minha formação cristã.

Ah, se a humanidade se postasse assim na busca de seus interesses! Oh, se a busca de interesses tivesse critérios! Viva, se vergonha voltasse a ter a sua definição clara por tantos que sequer já não a usam mais!

Os valores são definidos conforme os interesses. As pessoas passaram a precificar a consideração, o respeito, uma amizade, ficando que pode dar mais como um melhor amigo.

Um simples ombro oferecido num desabafo, num choro, numa lágrima a escorrer, nem mais é desejado num momento de angústia e de sofrimento. Hoje, como o dinheiro pode comprar um passaporte para a alegria, é assim que se busca esquecer momentos tristes.

Quanta ilusão se percebe num simples ato de definir! O homem já nem mais sabe discernir sobre conceitos tão seus, que a bem pouco tempo, eram tão próximos, presentes, mas que se tornam apagados em sua memória, em seu coração, tornando-o um ser insignificante.

Apesar de suas infelizes escolhas, o homem, no ápice de sua inflexibilidade em discernir sobre valores, ainda permite ser enxergado como um ser, de cuja essência é de uma pureza inigualável. Prefiro vê-lo assim, a ter que aceitá-lo em sociedade sem possibilidades de mudança. 

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