terça-feira, 14 de outubro de 2014

SAÚDE E A ROTINA DO PLANETA


Por Carlos Delano Rebouças

O consumismo toma conta do planeta e essa tendência vem a cada dia aniquilando com a saúde da população mundial.

Dormimos e acordamos, ouvindo que devemos consumir muito e sempre, independente de estarmos ou não em condições para isso. Liga-se o celular, chega mensagem para adquirir um produto; Acessa-se o e-mail, abrem-se as janelas chamando às compras; Liga-se o rádio de seu carro, o convite aparece para consumir; e assim, somos instantaneamente induzidos, sempre.  

A sociedade é induzida pelos diversos recursos de comunicação a consumir, a comprar, a adquirir algo novo, como fora mencionado, mesmo que o novo ainda esteja no seu armário, esperando envelhecer, tornar-se obsoleto ou perder a sua validade e cair em desuso. Caso alguém duvide, até o ser humano é renovável e substituível, como uma peça de uma engrenagem.

Trabalhamos cada vez mais, porque consumismo cada vez mais. Nunca, em tempo algum, produziu-se tanto no mundo, e nunca fomos tão estimulados para isso. A quem diga que são reflexos de um mundo moderno, mais essa tendência vem levando a população mundial a buscar, desesperadamente, diversas alternativas de melhoramento de suas receitas e aumento de suas rendas, mesmo que custem ocupar quase que inteiramente o tempo disponível para isso, e até, o tempo que seria disponível para um merecido repouso. Hoje, trabalha-se mais e descansa-se menos. Piora-se a qualidade de vida, e isso redunda em diversos problemas, como tantos relacionados à saúde.

O fato é que o cidadão deste planeta está envolvido numa “ciranda” que representa simplesmente: Trabalhar muitas horas no dia - repousar bem menos - consumir muito mais – e pagar contas, quando se permite. Quando não, começa a se preocupar, e assim, adquiri doenças relacionadas, como a mais comum e preocupante, que se chama stress.

Cabe ressaltar que esse consumo desenfreado, que exige, também, uma produção desenfreada, tem seus reflexos no planeta, que se chama poluição, e com isso, nós, seres vivos deste ecossistema, sofremos com suas consequências. O planeta, em todos os seus continentes, apresenta essa realidade, e sinaliza explicitamente como pode reagir, aliás, como já está reagindo. Observemos as mudanças climáticas, catástrofes, etc.

Já em relação à saúde humana, que é uma reação que pode resultar em diversas outras consequências, pode-se afirmar que uma pessoa ou profissional no estado de stress pode cometer atos inseguros, demonstrar atitudes inseguras, diferentemente se as condições são ou não inseguras. Com isso, surgem doenças profissionais e do trabalho, acidentes de trabalho, problemas familiares e sociais, dentre outros. Passa-se a estabelecer uma rotina exaustiva, presa a exigências que poderiam ser contornadas, a fim de se garantir a qualidade de vida.

A verdade é que quase ninguém está preocupada com isso, nem os gestores públicos, ao criar leis mais severas e fazer executá-las, lealmente, garantindo uma jornada justa de trabalho, sem exageros, nem a sociedade, que não deixa de impor que sejamos consumidores natos, custe o que custar, cobrando-nos a aquisição de qualquer que seja o objeto, mesmo que não seja necessário.

A realidade, infelizmente, é que tornamo-nos, involuntariamente, trabalhadores, doentes, e consumidores viciados, bombardeados a todo instante por ofertas e mais ofertas, impiedosamente, sem limites. Vítimas de um sistema que desconhece que a felicidade não está em consumir pela vontade, mas sim, em consumir pela necessidade, também de garantir qualidade de vida.



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