sexta-feira, 16 de maio de 2014

O Faroeste Brasileiro



Na minha infância, convivi com emblemáticos personagens de tantos filmes, que trataram de mexer com o nosso imaginário, de aventura, ação, fazendo-nos acreditar que realmente seria daquela forma.
Programas como Sessão Western, por exemplo, nos anos 80, foi um deles, ao lado de tantos outros e de tantos personagens, como o cão Rim tim tim, Zorro, Django... Filmes de produção norte-americana com grandes atores, representando grandes personagens também são lembrados, como, John Wayne, Clint Eastwood, Paul Newman e Robert Redford, que jamais serão esquecidos.
Afora os filmes de faroeste, os famosos ‘Desejo de Matar’, com Charles Bronson, protagonista maior, também pode ser enquadrado na imensa lista de filmes que retrata não só a violência, mas o desejo de se fazer justiça, muitas vezes pelas próprias mãos. Realidade também muito comum no Brasil, em diversos aspectos.
Hoje, logo cedo, antes de sair para o trabalho, vi uma manchete num telejornal da TV brasileira, dizendo: “Quem informar à polícia sobre pistas que levem à elucidação de determinados crimes será premiado em dinheiro”.
Amigos, isso me fez lembrar os filmes de Faroeste, estes mesmos, citados, que assistia quando criança, nos quais os Xerifes pregavam as fotos dos bandidos nos quatro cantos da cidade, e estipulava a devida premiação.
Hoje está funcionando praticamente da mesma forma, mas com uma diferença: Conta-se com o auxílio da tecnologia para precisar detalhes do procurado, que antes, no saudoso faroeste, simplesmente produzido a mão, diante da descrição dada pelas pessoas.
Mas, diante desta realidade, duas perguntas me vêm à cabeça, e, faço-a, aos meus botões, por questão de segurança:
‘Será ou não falta de cidadania ter que contribuir com a justiça, delatando um criminoso, somente se houver uma premiação? ‘Será que a adoção desse procedimento por parte de quem faz a justiça e a segurança pública representa fragilidade e incompetência administrativa?’
Sei que alguém pode responder que essa é uma prática de outros países no mundo, como os Estados Unidos, Inglaterra, dentre outras “grandes potências”, entretanto, não me convence, pois, custa-me a acreditar que em pleno século XXI, a humanidade precisa ser comprada pela justiça para fazer justiça.
No Faroeste, víamos duelos acertados por homens, olho no olho. Hoje se marca pelas redes sociais, mas em grupo. Também no faroeste, acontecia em locais esvaziados, quase sempre sem testemunhas. Hoje, em meio à sociedade, em praças, ruas e avenidas, movimentadas, onde quase sempre quem morre, não tem nada a ver com a história. Este é o nosso faroeste.
Pelo que parece, logo estaremos curtindo a música "The Good, The Bad And The Ugly" de Ennio Morriconi, em vez de “Beijinho No Ombro, da Valeska Popozuda.

Um comentário: