ENERGIA EÓLICA NO PECÉM - OPORTUNIDADES DIVERSAS

6 projetos contratados para o Ceará

Estado havia sido o terceiro em inscrições, com 63 parques, mas foi o penúltimo em contratações

Seis projetos de usinas de energia eólica foram contratados para o Ceará ontem, no 5º Leilão de Energia de Reserva, a um preço médio de R$ 115,9 por MWh. Todos serão construídos na Praia do Pecém e servirão para atender às demandas do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp). Juntos, eles somam uma potência instalada de 113,2 MW e investimentos de R$ 436 milhões, com previsão de funcionamento em setembro de 2015 e prazo de 20 anos.

Todas as usinas serão construídas em Pecém, para atender às demandas do Complexo Industrial e Portuário daquele distrito FOTO: MELQUÍADES JUNIOR

O Ceará foi o terceiro estado, de um total de oito, em número de projetos inscritos, com 63 inscrições, no entanto, ficou em penúltimo lugar na quantidade de contratações. Bahia e Piauí foram os principais vencedores. Os dois responderam por 42 dos 66 empreendimentos contratados no certame.

O vice-presidente da Câmara Setorial de Energia Eólica do Ceará, Fernando Ximenes, ficou decepcionado com o resultado, pois esperava cerca de 500 MW para Estado. "Mesmo assim, de uma maneira geral, o leilão foi positivo para o Ceará, já que as eólicas contratadas para o Piauí ficam na divisa e deverão, também, abastecer o nosso Estado", esclarece Ximenes.

A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Élbia Melo, afirmou que o desfecho do leilão, na verdade, representou uma retomada de investimentos do Ceará para o setor. "Vínhamos percebendo uma redução nos últimos anos. Então, a gente vê de maneira positiva. É melhor ver o copo meio cheio do que meio vazio", ressaltou a empresária.

No geral, o preço médio de venda ficou em R$ 110,51/MWh (megawatt-hora), com deságio de 5,55% em relação ao preço-teto da primeira rodada (R$ 117/MWh). Foram contratados 1.505 MW em potência. O valor dos contratos ficou em cerca de R$ 13,08 bilhões e o volume de transações em megawatt-hora, em torno de R$ 118,428 milhões. "Nós esperávamos algo entre 1.000 e 2.000 MW, então o resultado deste leilão foi fantástico. O ano de 2013 marca a consolidação do mercado de eólicas", disse.

O menor preço de venda (R$ 98,50/MWh) foi contratado pela empresa Consórcio EPG-Serra Azul para o empreendimento Damascena, na Bahia. O valor representa deságio de 15,81% em relação ao preço-teto.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, considerou expressivo o total de energia contratada. "O leilão foi muito bom. Atingiu o objetivo que nós tínhamos: adquirir uma quantidade importante de energia a um preço bastante competitivo", disse.

Bahia e Piauí

Os projetos contratados na Bahia demandarão investimentos de R$ 2,11 bilhões, ou 38,6% dos desembolsos totais (R$ 5,45 bilhões) esperados nos empreendimentos vencedores do leilão realizado ontem. Os investimentos nas usinas eólicas a serem construídas no Piauí devem totalizar R$ 1,44 bilhão. "É importante destacar os projetos no Piauí e no interior da Bahia e lembrar que os parques eólicos têm se mostrado grande vetor em termos de desenvolvimento social", disse o presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim.

Potência

A potência instalada nos projetos da Bahia somou 567,8 MW, ou 37,7% do total contratado, de 1.505 MW. Os projetos do Piauí têm potência instalada conjunta de 420 MW. Dessa forma, os dois Estados respondem juntos por 65,6% da potência contratada no leilão. Quando considerado o volume contratado por Estado, Bahia e Piauí voltam a se destacar. Foram transacionados 42,8 milhões de MWh na Bahia e 36,5 milhões de MWh no Piauí. Juntos, os dois Estados responderam por 67% do volume contratado no leilão.

FONTE: DIÁRIO DO NORDESTE